DA FOLHAPRESS
O racha entre ruralistas por causa do apoio de parte deles a manifestações consideradas golpistas lideradas pelo cantor Sérgio Reis deve se aprofundar com ações na Justiça: uma parte dos produtores de soja pretende questionar nos tribunais o repasse de taxas obrigatórias recolhidas pelo estado do Mato Grosso para a Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja e Milho) de Mato Grosso.
A iniciativa de cortar o repasse de recursos para a Aprosoja passou a ser discutida depois que o cantor Sérgio Reis revelou que produtores de soja pagavam viagens de indígenas para conhecer Jair Bolsonaro em Brasília, além de apoiar protestos do 7 de setembro.
Segundo o artista, a ideia era invadir e quebrar o Supremo Tribunal Federal (STF) caso o Congresso não afastasse os magistrados da corte de seus cargos.
Um dos maiores apoiadores de Sérgio Reis era o presidente da Aprosoja Brasil, Antonio Galvan. Ele foi alvo inclusive de uma operação de busca e apreensão e teve que depor na Polícia Federal por causa do apoio aos atos.
Alguns dos produtores de soja que pretendem acionar a Justiça desconfiam que recursos da entidade estão sendo usados para o apoio político a grupos bolsonaristas. A entidade já afirmou que não incentiva nem patrocina os atos. A posição de cada produtor seria, portanto, pessoal.
No total, a Aprosoja de Mato Grosso recebe cerca de R$ 100 milhões por ano, correspondentes a 1,15% do que os produtores recolhem para o Fethab (Fundo Estadual de Transporte e Habitação).
Entre os que estudam entrar com a ação estão integrantes da família Maggi, que figuram entre os maiores produtores de soja do mundo.