Bolsonaro admite rever BPC e reduzir idade mínima para mulher se aposentar

Presidente também exaltou papel da imprensa profissional durante conversa com grupo de 15 jornalistas na manhã desta quinta-feira (28) no Palácio do Planalto.

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Por G1.com

O presidente Jair Bolsonaro se reuniu na manhã desta quinta-feira (28) com um grupo de jornalistas profissionais da mídia profissional que fazem a cobertura política. O presidente convidou esse grupo de jornalistas, e eu fazia parte deste grupo, para um café ao lado do gabinete presidencial.

Foi servido um café com bolinhos e pão de queijo e foi um contato do presidente Bolsonaro conosco, jornalistas profissionais, um contato inicial aqui no Palácio do Planalto. Durou cerca de 40 minutos.

O presidente estava descontraído, estava disposto. Também estavam alguns ministros e, inclusive, o vice Hamilton Mourão.

O presidente começou por falar sobre a importância do papel da imprensa profissional, da mídia profissional para a comunicação social, para o esclarecimento da população. E ele chegou, inclusive, a usar a seguinte expressão: “Eu estendo a mão para vocês neste momento”.

Ele disse que durante a campanha teve mais contato com as redes sociais de internet, mas que agora ele preferia fazer esse contato com a imprensa profissional diante da importância do trabalho da imprensa, da importância do trabalho dos jornalistas e também da importância do momento em que o país vive diante da expectativa de votação da reforma da Previdência Social, que começa pela Câmara dos Deputados e depois vai para o Senado. O presidente pediu ajuda à imprensa profissional para esclarecer tanto a população quanto deputados e senadores.

Ele disse: “Preciso da ajuda também da imprensa profissional diante da reforma da Previdência Social”. Disse o presidente Jair Bolsonaro: “Sem a reforma não há solução, não há perspectiva para o Brasil”.

Eu anotei alguns pontos deste contato do presidente Bolsonaro com a imprensa: falou da reforma da Previdência, disse que está fazendo um contato com os líderes, mas assegurou que para a reforma da Previdência não vai haver o loteamento de cargos, ou seja, a divisão de cargos de acordo com interesses políticos.

Disse que vai permanecer a divisão de cargos no governo por meio de critérios técnicos como ele fez desde a formação do governo Jair Bolsonaro. Ele afirmou que haverá negociações, haverá discussões, poderá haver até indicações de políticos, desde que preenchidos os critérios técnicos para ocupação desses cargos.

Perguntamos a respeito da base aliada do governo para esse embate da reforma da Previdência. Disse o presidente: “A base ainda está em formação”.

Ele tem tido contato com os líderes partidários, teve contato inclusive ontem com os líderes partidários e vai ajustando a base para essa importante votação.

O presidente disse que pretende ficar durante o Carnaval em Brasília, inclusive, fazendo esse contato por telefone, corpo a corpo, com os parlamentares, com os líderes partidários.

Ele admitiu que o governo poderá rever alguns pontos da proposta de reforma da Previdência desde que a essência seja mantida. Ele disse que o projeto não pode ser desfigurado.

Alguns pontos que ele chegou a tocar conosco e eu anotei: Benefício de Prestação Continuada para os idosos carentes. Na proposta do governo, esse benefício iria para idosos, um salário mínimo, de mais de 70 anos, com uma variação de R$ 400 para 60 a 70 anos. Hoje, são 65 anos.

O presidente admitiu que pode haver alguma revisão sobre esse BPC [Benefício de Prestação Continuada].

Também sobre a aposentadoria rural, idade para aposentadoria rural.

Outro detalhe a ser discutido, segundo o presidente, é a idade mínima para aposentadoria de mulheres. Na proposta do governo enviada à Câmara, está em torno de 62 anos. Ele chegou a admitir algo em torno de 60 anos, ainda a se discutir.

Ele fez uma referência de que existem algumas “gorduras que a gente possa rever” desde que o projeto seja mantido.

Outra ponto abordado pelo presidente foi sobre a transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. Sabemos que houve a definição do governo americano sobre essa transferência e houve muita polêmica aqui em Brasília, nos meios diplomáticos, quanto a uma fala do presidente Bolsonaro desta transferência na mesma linha do governo americano. Disse hoje o presidente Bolsonaro que essa não é uma questão decidida, definida. Ele disse que ainda está em estudo porque existem outros fatores envolvidos. Como, por exemplo, fatores comerciais.

A própria ministra da Agricultura, Tereza Cristina, segundo o presidente Bolsonaro, teria dito para ele, sobre questões que envolvem outros países, por exemplo, do mundo árabe, na negociação.

Portanto, a transferência anunciada, a possibilidade de transferência da embaixada do Brasil de Tel Aviv para Jerusalém ainda é uma possibilidade, não acertada, segundo ele, e também não descartada, ainda em estudos.

O presidente Jair Bolsonaro disse que está com uma grande expectativa de ajuda à Venezuela. Nesta quinta-feira, ele recebeu o líder oposicionista Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país. Em seguida, Guaidó concedeu uma entrevista.

Uma questão interessante que o presidente nos disse aqui para nós jornalistas. Perguntamos: “Presidente, o senhor poderá ter um contato, falar com o Nicolás Maduro, se houver essa possibilidade?”

Ele pensou e disse o seguinte: “Eu posso. Eu posso ter um contato com o Nicolás Maduro, se ele quiser, se ele assim o desejar, desde que seja para tratar da redemocratização, da volta da democracia à Venezuela, com a instituição de eleições livres, com observação internacional e a retomada da democracia na Venezuela, com a participação ampla numa eleição”.

Ele admitiu a possibilidade realmente de ter um contato desde que Nicolás Maduro assim o deseje.

E disse o seguinte: “Se até o presidente Donald Trump se encontrou com o presidente norte-coreano, por que eu não posso falar com Nicolás Maduro, se for do interesse da Venezuela e do interesse do povo brasileiro?”

Está preocupado com a questão da fronteira e disse que vai manter essa expectativa.

Dentro de mais alguns instantes, Guaidó chegará ao Palácio do Planalto. Será recebido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Uma última questão. Foi a última questão praticamente abordada nesse café com o presidente Jair Bolsonaro. Porque ele começou ressaltando a importância do papel da imprensa profissional, do jornalismo profissional para a comunicação social no país e fechou com a questão, quando alguns jornalistas perguntaram: “Mas e a questão das redes sociais?”

Nós sabemos que o filho dele, vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, é um ativo participante das redes sociais. O presidente Jair Bolsonaro disse o seguinte: que os filhos dele, ele tem uma boa relação com os filhos, que ele recebe os filhos, que até alguns dos filhos não frequentam como ele queria, não têm uma frequência de contato por causa das responsabilidades de todos e dele próprio.

Mas que pediu para que Carlos Bolsonaro vá mais devagar nas redes sociais. Ele disse o seguinte: pediu para o filho Carlos Bolsonaro segurar um pouco as redes sociais.

Essas redes sociais, também disse o presidente Jair Bolsonaro, serão usadas, como chegou a sugerir o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no convencimento dos parlamentares e da população sobre a reforma da Previdência. Mas pediu para o filho Carlos segurar um pouco, que ele mesmo, presidente Jair Bolsonaro, em suas redes sociais vai fazer o que ele chama de mediação dos conteúdos publicados nas redes sociais em relação a ele. Redes sociais que serão muito utilizadas no convencimento da população e dos parlamentares em relação à reforma da Previdência.

Foi esse o clima do encontro do presidente Jair Bolsonaro com profissionais de imprensa. Prometeu mais contato com a imprensa profissional e se colocou à disposição.

Foi um encontro em que os profissionais também ressaltaram a positividade desse contato profissional com o presidente da República.

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