Brasil sonha com ouro e vaga a Tóquio no rugby em cadeira de rodas

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RIO DE JANEIRO, RJ, BRASIL, 26-02-2016 - Seleção Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas enfrenta o Canadá em jogo no evento-teste Aquece Rio na arena Carioca 1, no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, futuro palco dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Brasil e Canadá fazem hoje (26), às 17h, a primeira semifinal do torneio de rúgby em cadeira de rodas dos Jogos Parapan-Americanos de Lima. “A gente ainda não conseguiu vencer o Canadá, já estivemos perto muitas vezes. Aqui mesmo em Lima acabamos errando em algumas situações importantes e perdemos por 15 tries (o gol do rúgby). Mas vamos lá. Sinto que a gente está cada vez mais perto dessa vitória”, esse é o otimismo do Guilherme Camargo, da classe 1.5. Na outra semifinal, Colômbia e Estados Unidos se enfrentam às 19h.

“Na primeira fase desse Parapan, já conseguimos a revanche contra a Colômbia, que tirou a nossa medalha de bronze em Toronto. Estamos confiantes que vamos à final. Mas de repente, em uma eventual disputa de bronze, também chegaremos fortes”, garantiu o capitão brasileiro, José Higino.

Os Jogos Parapan-Americanos dão vaga direta às Paralimpíadas de Tóquio para o campeão e duas vagas para um classificatório mundial.

TORCIDA ESPECIAL

José Higino é capitão da equipe nacional e ingressou no rúgby em 2010, como forma de reabilitação da tetraplegia adquirida após bater a cabeça ao mergulhar no mar. O irmão Paulo Higino teve papel fundamental. “Ele conheceu a modalidade junto comigo e também se apaixonou.” A paixão foi tanta que trouxe frutos. “Montamos um projeto social lá na região do Gama. A partir do sucesso que tivemos lá, o meu irmão procurou o Cetefe [Associação Centro de Treinamento de Educação Física Especial]. Em parceria com o professor Ulisses Araújo, hoje temos duas equipes consolidadas na região. Atendemos a quase 50 pessoas. O nosso sucesso aqui, com certeza, também é o deles lá”.

RÚGBY, JIU-JÍTSU E MESQUITA

Essas são as paixões de Júlio Braz da Rocha. Nascido com má-formação nos membros inferiores e no membro superior direito, ele pratica a modalidade desde 2015 e chegou a estar entre os melhores do mundo em 2017. Nessa edição dos Jogos Parapan-Americanos, ele já marcou 83 tries.

Braz é natural de Mesquita (RJ). “Com muito orgulho. Acho que você poder influenciar outras pessoas é muito importante. O pessoal da comunidade vê que eu alcancei a seleção brasileira e começa a ter essa consciência de que todos podem chegar la”.  E foi lá da própria comunidade, mais precisamente no Projeto “Alvo da Luta”, que outra paixão floresceu na vida do carioca: o jiu-jítsu. “Entrei no esporte mais para controlar a minha respiração para me ajudar no rúgby e me manter mais tranquilo. E cheguei até a ser campeão pan-americano da modalidade. É mais um exemplo de que, em todos os esportes, não existe a questão de não conseguir. É necessário se adaptar às dificuldades. Se você quer alguma coisa, vai atrás que você consegue”.

Braz sabe muito bem das dificuldades que o Brasil vai enfrentar nessa reta final dos Jogos Parapan-Americanos. “A gente se dedicou demais. Sabemos que as equipes do Canadá e dos Estados Unidos são as favoritas por estarem lá em cima no ranking mundial. Mas lá dentro de quadra são quatro contra quatro. E vamos para cima deles, contando sempre com a torcida do pessoal lá da minha área em Mesquita.”

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