O Ministério Público do Estado (MPE) revelou que João Batista de Deus Júnior, cunhado do ex-secretário de Saúde de Cuiabá Célio Rodrigues, foi quem assinou as notas fiscais atestando a suposta entrada dos medicamentos comprados da empresa Remocenter, apontada como “fantasma”, à Empresa Cuiabana de Saúde Pública.
João Batista foi um dos denunciados do MPE por participar do esquema de fraude e desvio milionário de dinheiro público na aquisição do medicamento Midazolam 15mg, que ocasionou a prisão de Célio durante a Operação Hypnos.
A denúncia, assinada pelo promotor de Justiça Carlos Roberto Zarour Cesar, aponta que o cunhado do ex-secretário atuava como fiscal de contratos na Central de Abastecimento de Farmácia da Empresa Cuiabana na época do desvio, em 2021.
João Batista de Deus Júnior foi identificado como parte do “grupo de apoio” que auxiliou Célio, à época diretor-geral da Empresa Cuiabana, a receber, conferir e atestar fisicamente as notas fiscais confirmando o recebimento dos medicamentos entregues pela Remocenter.
Segundo o MPE, os procedimentos administrativos necessários foram feitos a “toque de caixa” para dar aparência lícita aos desvios de dinheiro público.
“Os denunciados realizaram a inserção de dados falsos em sistema de informação denominado ‘Sistema TI Med’. utilizado pela ECSP; facilitaram a aquisição simulada através de compra direta, incorrendo no crime de contratação direta ilegal e peculato em coautoria com os demais denunciados, além de, praticar crimes de lavagem de dinheiro em coautoria com os outros denunciados”, afirmou o promotor.
Ao final da denúncia, o promotor pede a condenação de João Batista junto com os outros investigados pela prática de crime de associação criminosa; contratação direta indevida; peculato majorado; lavagem de capitais e falsidade ideológica majorada.