Cuiabá bateu dois recordes históricos de calor em um intervalo de três horas nessa quarta-feira (30). Às 14h a capital registrou 43,7°C. Já às 17h os termômetros do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) marcaram 44°C, estabelecendo um novo recorde de calor desde dezembro de 1910, quando começaram as medições.
As medições são feitas na sombra, dentro de um abrigo de madeira. Segundo o Inmet, em termômetros de rua, os registros chegam aos 50°C.
O Instituto informou que até domingo (4) as temperaturas devem variar entre 40°C e 43°C. A capital vem tendo um setembro histórico por causa do calor extremo. A temperatura foi igual ou maior do que 40°C em 19 dos 29 dias do mês.
Em sete dias de setembro, a temperatura passou dos 42°C em Cuiabá.
O climatologista e doutor em meteorologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Rodrigo Marques, explica o motivo deste calor extremo.
“Nós temos, no nível médio, na troposfera, um anticlone que sopra um vento seco de cima para baixo. Conforme esse vento desce, ele se comprime e se aquece ainda mais”, afirma.
Cuiabá segue de previsão de chuva regular até o dia 15 deste mês. De acordo com o Inmet, podem ocorrer chuvas rápidas e isoladas.
Além do calor excessivo, moradores da capital sofrem com a fumaça das queimadas vindas do Pantanal e o tempo seco.
Em Cuiabá, a umidade relativa do ar deve variar entre 10% e 25% nos próximos dias. Desde o início do mês passado, os dias têm amanhecido com o céu encoberto pela fumaça.
Três meses antes de terminar, 2020 já é o ano com o maior número já visto de focos de incêndio no Pantanal: de 1º de janeiro até 30 de setembro, foram 18.259 focos. Antes disso, o maior número havia sido registrado ao longo de todo o ano de 2005: 12.536. A alta é de cerca de 46%.