Por: Midianews
A defesa do bicheiro João Arcanjo Ribeiro, que está preso na Penitenciária Central do Estado, pediu que ele seja encaminhado para o Centro de Custódia da Capital (CCC), presídio conhecido por ser um local menos insalubre.
O pedido foi feito durante audiência de custódia na tarde de quarta-feira (29), no Fórum de Cuiabá.
Arcanjo é um dos 33 presos na Operação Mantus, da Polícia Civil, desencadeada para investigar dois grupos que estariam atuando no jogo do bicho e lavagem de dinheiro em Mato Grosso.
Uma nova audiência de custódia foi marcada para essa quinta-feira (30), às 13h, na 7ª Vara Criminal. Na oportunidade, outros acusados serão ouvidos. Um deles é o genro de Arcanjo, Giovanni Zem Rodrigues.
Arcanjo e outras 17 pessoas passaram pela audiência, que foi conduzida pelo juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu Rodrigues.
O bicheiro, por não possuir ensino superior, foi levado para a PCE, presídio com maior superlotação em Mato Grosso.
No entanto, a defesa alegou que o bicheiro tem idade avançada, 67 anos, e pediu o benefício. O juiz ainda deve avaliar o argumento.
Das 18 pessoas que passaram pela audiência, duas mulheres tiveram a prisão preventiva convertida em domiciliar, com uso de tornozeleira, por terem filhos menores de 12 anos.
Conforme a legislação, mulheres com filhos menores de 12 anos e que requerem cuidados devem ter prisão convertida.
Audiência de custódia
Devido ao alto número de acusados, o magistrado desmembrou a audiência em duas partes. Na primeira, foram os 11 presos do grupo de Frederico Müller Coutinho. Segundo as investigações da Polícia Civil, ele disputava com Arcanjo o espaço do jogo do bicho no Estado.
As duas mulheres que tiveram prisão convertida faziam parte desse grupo.
Da segunda audiência partciparam sete presos ligados à empresa Colibri, ligada a João Arcanjo. Todos tiveram a prisão mantida.
Veja a lista dos presos em Cuiabá:
João Arcanjo Ribeiro
Norel Braz da Costa Filho
Marcelo Gomes Honorato
Paulo Cesar Martins
Breno César Martins
Bruno Céar Aristides Martins
Augusto Matias Cruz
Frederico Muller Coutinho
Glaison Roberto de Almeida da Cruz
Breno Almeida dos Reis
Marcelo Conceição Pereira
Alexsanddro Correia
Haroldo Clementino Souza
João Henrique Sales de Souza
Rosalvo Ramos de Oliveira
Indineia Moraes Silva
Madeleine Geremias de Barros
Giovanni Zem Rodrigues
Agnaldo Gomes de Azevedo
Valcenir Nunes Inerio
A operação
Além do suposto grupo comandado por Arcanjo e Giovanni, a operação também atingiu outra suposta organização que seria liderada pelo empresário Frederico Muller Coutinho. Os dois grupos disputavam “acirradamente” o espaço do jogo do bicho no Estado, conforme a Polícia.
Segundo o delegado Luiz Henrique Damasceno, a investigação começou em agosto de 2017, quando a Polícia Civil recebeu uma denúncia de um colaborador que não quis se identificar sobre a permanência e continuidade do jogo do bicho em Cuiabá.
No total, a operação cumpriu 63 mandados judiciais, sendo 33 de prisão preventiva e 30 de busca e apreensão domiciliar.
As ordens judiciais foram cumpridas em Cuiabá, Várzea Grande e em mais 5 cidades do interior do Estado.
Arcanjo foi preso na sua residência e Giovanni, no aeroporto de Guarulhos (SP), com apoio da Polícia Federal. Já Frederico foi preso em seu apartamento.
Os suspeitos devem responder pelo crime de organização criminosa, lavagem de dinheiro, contravenção penal do jogo do bicho e extorsão mediante sequestro, cujas penas somadas ultrapassam 30 anos.