O diretor do Inpe, Clézio de Nardin, disse que enviou ofício ao governo federal questionando a exclusão do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) na câmara criada para reavaliar os dados sobre o desmatamento. O diretor disse que entende que é pertinente a participação dos pesquisadores do Inpe na análise dos dados que é produzida por eles.
A criação da Câmara Temática Consultiva foi feita na última quinta-feira (2), com publicação no “Diário Oficial”. De acordo com a descrição, “qualificar os dados de desmatamento e incêndios a fim de diferenciar crimes ambientais de outras atividades, utilizando bases de dados oficiais já existentes”.
O grupo formado pelo presidente Jair Bolsonaro não conta com nenhum representante do Inpe, que coleta os dados, ou do Ministério da Ciência e Tecnologia, órgão ao qual o instituto está vinculado. A nova câmara será coordenada por um integrante do Ministério do Meio Ambiente e composta por representantes dos ministérios da Agricultura, Defesa, Economia e Justiça. O grupo poderá convidar especialistas e técnicos para reuniões específicas, mas “sem direito a voto” nos temas debatidos.
“Entendemos que é pertinente a nossa participação efetiva e estamos prontos e dispostos para isso. Estou aguardando um retorno do ministério, mas já foram informados sobre nosso interessem em fazer parte da ação”, reforçou o diretor.
Nesta manhã, servidores do Inpe se reuniram em frente à unidade em protesto pela medida e pela exclusão da instituição de uma câmara que quer analisar seus dados.