O presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso (Fetagri/MT), Nilton José de Macedo, foi alvo de uma representação no Ministério Público do Trabalho por supostas irregularidades na administração, entre elas desvio de recurso público e assédio moral e sexual.
A denúncia foi protocolada pela secretária-geral da entidade classista, Marilza Reis Moraes Silva, e a membro do Conselho Fiscal da Federação, Leudislene da Silveira Fraga.
No documento, elas apontaram 20 supostas irregularidades administrativas, financeiras e morais cometidas pelo presidente.
A Fetagri-MT representa dezenas de milhares de trabalhadores rurais de Mato Grosso.
Segundo elas, as supostas irregularidades “atentam frontalmente contra os interesses individuais e coletivos do movimento sindical dos trabalhadores rurais deste Estado de Mato Grosso como um todo”.
A denúncia acusa Nilton por um suposto rombo de mais de R$ 1 milhão nas contas da federação.
Segundo o documento, Nilton foi denunciado internamente dentro do movimento sindical, inclusive com pedido de devolução no valor de R$ 255 mil.
O relatório oficial do auditor da Confederação Nacional da Agricultura (Contag), no entento, conforme a denúncia, demonstrou o rombo não explicado nas contas da Fetagri/MT na ordem R$ 1 milhão.
“Ele arquitetou, manipulou e comandou uma assembleia com alguns sindicatos para o absolverem sem dar explicações desse rombo milionário nessa assembleia cheia de irregularidades gritantes e corrompida”, diz trecho da denúncia.
A denúncia aponta que o presidente ainda teria vendido patrimônio físico da entidade abaixo dos valores de mercado, como carros e terrenos.
O documento também acusa Nilton de praticar nepotismo cruzado, fazer uso indevido de veículos da entidade, além de não realizar as prestações de contas da Federação.
Assédio sexual e moral
A denúncia relata também que ele teria assediado sexualmente funcionárias da entidade.
Uma das vítimas seria uma recepcionista, que, segundo consta no documento, teria sido demitida por Nilton para tentar esconder o crime.
Conforme o documento, há diálogos em aplicativo de celular que comprovam o suposto assédio sexual.
“A vítima, agora depois de não conseguir mais aturar e se libertar psicologicamente do trauma sofrido está disposta a dar seu depoimento para fins das medidas cabíveis”. diz a denúncia.
O documento ainda relata supostos episódios de assédio moral praticado explicitamente contra as denunciantes com ameaças de expulsão do movimento sindical e real afastamento provisório das funções com o corte das gratificações mensais.
“Perseguição implacável contra as denunciantes na intenção de expulsá-las da entidade com a justificativa ilegal de que elas teriam inventado mentiras sobre um rombo de R$ 255 mil na gestão do presidente”, diz outro trecho da denúncia.
Outro lado
A reportagem tentou, sem sucesso, contato com Nilton José de Macedo.
A Fetagri/MT informou que ele pediu afastamento da função para se lançar pré-candidato a deputado federal.