Empresário investigado por associação criminosa causou R$ 600 mil de prejuízo em contratos de energia solar

Suspeito, que tinha duas empresas e tentou formalizar uma terceira, ostentava vida de luxo nas redes sociais

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Alvo da Operação Eclipse, deflagrada pela Polícia Civil, por meio da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), o empresário do ramo de energia solar, preso na terça-feira (02.08), é investigado por formar uma associação criminosa que pode ter causado mais de R$ 600 mil em prejuízo para as vítimas identificadas até o momento.

Além dos golpes aplicados pela empresa, contra o empresário há mais de 10 boletins de ocorrência registrados por crimes contra o patrimônio, como furtos, roubos, estelionatos e receptações.

Na operação, foram cumpridas cinco ordens judiciais, sendo quatro de busca e apreensão e um de prisão preventiva, tendo como alvos o empresário, sua esposa e a funcionária de uma empresa da energia solar instalda em Cuiabá. Também foram cumpridas ordens para o sequestro de um veículo Toyota Hilux avaliado em mais de R$ 270 mil, e de suspensão da atividade econômica da empresa dos investigados.

O delegado da Decon, Rogério da Silva Ferreira, acredita que outros consumidores podem ter sido vítimas da ação do suspeito e orienta que aqueles que tenham se sentido lesados em contratos com empresas de energia solar que procurem a delegacia para fazer a denúncia.

Investigações

As investigações do inquérito policial instaurado na Decon, apontaram que o empresário de 40 anos abriu duas empresas e tentou formalizar uma terceira com nome empresarial formado pelas iniciais do nome dele e de mulheres com quem mantinha relacionamentos, utilizando o mesmo nome fantasia em todas as empresas.

Uma das empresas foi aberta na cidade de Dom Eliseu, no estado do Pará, em nome da secretária da empresa de energia solar (funcionária também investigada na operação), quando o empresário estava separado da esposa. Porém posteriormente foi descoberto que pagamentos de uma usina fotovoltaica, supostamente vendida pela empresa da funcionária, foram recebidos na conta da empresa que o suspeito mantinha com a esposa dele.

Prejuízo às vítimas

Para justificar os atrasos nas entregas das usinas, os representantes da empresa de energia solar usavam várias desculpas, normalmente ligadas ao tempo chuvoso e ao atraso na entrega dos equipamentos por parte da distribuidora.

No mês de fevereiro de 2023, o empresário chegou a se passar por uma mulher chamada Kamila, se apresentando como funcionária do financeiro da empresa de energia solar, para enviar uma mensagem de texto para vários clientes dizendo que o proprietário da empresa havia perdido a família “em um drástico acidente” naquele fim de semana, colocando-se, ainda, à disposição de pessoas interessadas em fazer orçamentos com a empresa e justificando os atrasos por “questões climáticas”.

Em outra ocasião, o suspeito disse para clientes que o caminhão de uma distribuidora de placas para energia solar havia tombado com os equipamentos adquiridos por ele para a instalação das usinas. Posteriormente, os próprios consumidores descobriram com os funcionários da distribuidora, que é uma das maiores da região, que não havia registro de qualquer acidente de caminhão da empresa e que o suspeito não era sócio da distribuidora, apenas utilizava o espaço da empresa para atender clientes e fechar contratos.

Redes sociais

Enquanto ludibriava os consumidores com desculpas para justificar os atrasos na entrega, o suspeito ostentava uma vida de alto padrão nas redes sociais. Nas postagens, o empresário aparecia com a esposa e com a secretária da empresa em bares com samba e pagode, camarotes de jogos e futebol e do Festival de Inverno de Chapada dos Guimarães.

Operação Eclipse.

O nome da operação policial está relacionada com o fenômeno astronômico em que a Lua, por meio da sua sombra, impede que a luz do sol chegue à Terra, fazendo referência à forma sombria como os investigados atuavam no ramo de energia solar.

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