quadrilha desarticulada pela Operação Harem BR, da Polícia Federal, tinha membro em Mato Grosso, um empresário do ramo da engenharia civil de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), acusado de falsificar documentos para enviar as jovens para o exterior. O grupo convencia mulheres a emigrar para países como Austrália e Estados Unidos, onde eram forçadas a fazer programas sexuais e impedidas de deixar o esquema.
O empresário de Rondonópolis foi solto dois dias após a prisão, em 29 de abril. Ele é apontado como o responsável por falsificar documentos para facilitar a entrada das jovens nos país em que elas iriam fazer programas.
R.A.G. mora em Rondonópolis com os pais e tem uma empresa de engenharia civil. Ele é cúmplice do irmão, R.G. e juntos eles “providenciavam” para que as mulheres atendessem aos requisitos para conseguir o visto no país de destino.
Elas eram escolhidas e selecionadas inicialmente pela internet, pois o grupo divulgava as “oportunidades de trabalho” em sites e redes sociais. Entre 2009 e 2020, pelo menos 11 mulheres foram aliciadas dessa forma, mas a Polícia Federal ainda investiga mais vítimas que possam ter sido vítimas do golpe.
O empresário de Rondonópolis, o irmão e um terceiro integrante orientavam as jovens “sobre o que dizer caso sejam entrevistadas pela imigração australiana na chegada do país”, diz trecho do inquérito.
Alguma das mulheres sabiam que iriam fazer programas sexuais, no entanto, ao chegarem no destino eram impedidas de sair do esquema e tinham os documentos retidos, para evitar que procurassem as autoridades policiais.
Assim como R.A.G., outros membros do grupo criminosos possuem empresas que atuam de forma lícita, “e, apesar disso, os investigados ainda preferem manter as atividades ilícitas, obtendo rendimentos espúrios, às custas das garotas de programa”.
A empresa do preso em Rondonópolis participa inclusive de uma licitação da prefeitura do município, para prestar serviços de engenharia civil.