A nuvem de poeira gigante que se formou no interior de São Paulo e em Minas Gerais no domingo (27) é comum, diante das condições climáticas desta época do ano, e ainda pode se repetir, alertam meteorologistas.
Segundo os especialistas, a formação é consequência de um fenômeno chamado de frente de rajada e consiste na combinação da poeira acumulada ao longo de semanas de estiagem com os fortes ventos que ocorreram antes das chuvas.
O fenômeno foi registrado durante a tarde de domingo em cidades como Ribeirão Preto, além de municípios como Orlândia (SP), Jardinópolis (SP), Guaíra (SP), Morro Agudo, (SP), Viradouro (SP), e Triângulo Mineiro.
Na região de Franca (SP), a nuvem ficou tão expressiva que encobriu prédios, inviabilizou o trânsito nas rodovias e deixou o horizonte vermelho (veja vídeo abaixo). Na região de Bauru (SP), também houve registros de nuvem de poeira antes de temporal com granizo.
Frente de rajada
Segundo o meteorologista César Soares, a frente de rajada é consequência direta de áreas de instabilidade, como as da região de Ribeirão Preto.
De acordo com o especialista, em uma estação de transição, esse tipo de fenômeno é comum, então ainda é possível que os moradores vejam essas formações pelos próximos dias. “A partir de agora a gente começa a ter gradativamente a atmosfera se umidificando, e nesse processo temos a formação dessas grandes áreas de instabilidade que podem causar essas frentes de rajada”, diz.
Segundo Daniela, a formação não foi exclusiva dos paulistas e mineiros, em função do clima seco que tem afetado parte do interior do país. No interior de São Paulo, as chuvas não apareciam havia mais de três meses.
“Assusta todo mundo que vê essa barreira de poeira se aproximando, mas é muito comum para essa época em vista que estamos vindo de um período extremamente seco, de estiagem, várias cidades do interior do país, principalmente interior de São Paulo, Minas, Centro Oeste, interior do Nordeste, sem praticamente nenhuma chuva”, diz.