Um escritório situado no 5º andar do edifício Maruanã, na avenida Historiador Rubens de Mendonça, conhecida como avenida do CPA, em Cuiabá, foi o alvo de agentes do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) na manhã desta terça-feira (25). Conforme informações preliminares, as diligências na 2ª fase da Operação Falso Negativo que investiga fraudes e corrupção na compra de testes rápidos para Covid-19, ocorreram na sala comercial que era dividida pelo investigado com um advogado.
As investigações são conduzidas pelo Gaeco e a Procuradoria-geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Nessa etapa, são cumpridos sete mandados de prisão e outros 44 de busca e apreensão no Distrito Federal e mais oito Estados, sendo eles: Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
De acordo com o Correio Braziliense, as ordens judiciais foram expedidas pelo desembargador Humberto Ulhôa, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e são resultado de investigação exclusiva do MPDFT, que apura suspeitas de crimes cometidos por servidores do alto escalão da Secretaria de Saúde do DF.
De acordo com informações de uma delegada que atua no caso, Cuiabá só era utilizada como “ponte” dos concorrentes da licitação, uma vez que o esquema em si acontecia em Brasília. O superfaturamento na aquisição dos insumos soma prejuízo superior a R$ 18 milhões aos cofres da saúde do Distrito Federal, conforme os levantamentos do Gaeco realizados até o momento.
Durante as diligências no escritório do edifício Maruanã, o investigado não estava no momento em que agentes do Gaeco chegaram ao local. Somente o advogado que divide a sala com o alvo se encontrava no imóvel. Ele informou que o alvo da operação já não dividia o escritório e que havia retirado seus documentos do local.
Além deste mandado, a operação realiza diligências na cidade de Nova Mutum.
Na operação, os alvos são investigados pelos crimes de fraude à licitação, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica (cartel), organização criminosa, corrupção ativa e passiva. Essas práticas criminosas teriam sido praticadas no curso de dispensas de licitação destinadas à compra de testes para detecção da Covid-19.
Conforme as investigações ainda em curso, há fortes evidências de que as marcas dos produtos adquiridos seriam imprestáveis para a detecção eficiente da Covid-19 ou seriam de baixa qualidade nessa detecção.