– Correio Várzea-grandense/O Dia – 06/07/2018
Rússia – Contra uma seleção promovida a geração, o Brasil aposta na essência do futebol pentacampeão do mundo. Se a Bélgica deposita no time de Hazard, Lukaku e De Bruyne a esperança de voltar a disputar uma semifinal de Copa, a Seleção de Tite traz a marca do país que sempre encantou o planeta com a bola nos pés. Hoje, às 15h, Neymar & Cia terão que provar serem os legítimos herdeiros do Rei Pelé para impedir que os belgas, comandados por Roberto Martínez, se firmem entre os maiores da Copa.
A Bélgica tem uma geração especial. Os brasileiros, porém, fazem parte de uma linhagem real do futebol. Além de Pelé, carregam no DNA um pouco de Didi, Garrincha, Romário e Ronaldo. Nomes que representam as cinco estrelas no peito da camisa amarela. Da arte do improviso que corre no sangue brasileiro, Tite espera que nasça a vitória que deixará seu time mais perto do hexa.
“Tem uma característica marcante no último terço do campo: tem muito drible. Douglas, Neymar, Gabriel Jesus, Taison, Coutinho, Willian, todos eles têm isso. O técnico trabalha para organizar, sem bola, a construção e parte média, para na frente termos diferentes formas e incentivar o drible, a finta, a magia. Para podermos fazer gol”, afirmou o treinador.
A aposta na natureza do futebol nacional leva Tite à decisão de escalar Marcelo nas quartas de final. Filipe Luís, num estilo à europeia, deu segurança ao setor defensivo, mas é o lateral do Real Madrid que carrega em si a brasilidade.
Cabe a Neymar a posição de príncipe. E como tal, mesmo longe de poder sentar no trono de Pelé, tem a missão de trazer mais uma joia à coroa brasileira. A fim de cumprir essa etapa, o camisa 10 usará como arma o drible, fator hereditário a quem veste a amarelinha, sem perder o equilíbrio que, se não veio nos genes, tem sido assimilado no processo educativo de Tite.
“Conversei com profissionais por quem eu tinha admiração, um deles foi Carlos Bianchi. Ele disse que uma virtude de grande equipe era ser mentalmente forte e ter equilíbrio. Aquilo ficou marcado”, revelou o técnico.
A geração belga mira o título para ser aceita entre a nobreza da bola. A taça do mundo, no entanto, reluz a história daquele que não gerou o esporte mais popular da Terra, mas o adotou a ponto de ganhar o título de país do futebol. Pai, como bem se sabe, é quem cria.