Foragido há 15 dias, ex-secretário se entrega à Polícia Civil em Cuiabá

No dia da operação, Flávio Taques deixou apartamento 10 minutos antes da chegada da Defaz

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Por: Folhamax

O ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá Flávio Alexandre Taques da Silva se entregou na manhã desta quarta-feira (2) na sede da Polinter, na capital. Ele desde o dia 18 de dezembro de 2018,estava foragido data da deflagração da “Operação Sangria” pela Delegacia Fazendária (Defaz).

Ele se apresentou, acompanhado de um advogado, ao delegado Marcos Veloso, que também é vereador em Cuiabá. “Ele se apresentou com um advogado. Cumprimos o mandado e o encaminhamos ao Fórum para passar por audiência de custódia”, disse o delegado Caso a prisão seja mantida, o ex-adjunto será levado ao Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).

FUGA

No dia da operação, Flávio Taques deixou seu apartamento no bairro Santa Rosa cerca de cinco minutos antes da chegada dos agentes da Delegacia Fazendária. Ele contou com a ajuda de uma servidora da Secretaria de Saúde para deixar o local.

Em seu apartamento, policiais encontraram documentos sendo queimados em uma churrasqueira. Alguns foram recuperados e apreendidos pelos policiais.

Único dos alvos da Operação Sangria 2 que permanece preso, a defesa de Flávio Alexandre ingressou com um pedido de Habeas Corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) alegando exatamente isso e pedindo a extensão do relaxamento de prisão ao seu cliente.

Contra Flávio, também pesa um Processo Administrativo Disciplinar (PAD), aberto pela SMS a mando do secretário Luiz Antônio Possas de Carvalho.

Na operação, o juiz Marcos Faleiros determinou a prisão de oito pessoas. Destas, sete já foram soltas por decisões de desembargadores do Tribunal de Justiça.

Inicialmente, o HC de Flávio Alexandre Taques tinha sido distribuído no último dia 23 de dezembro à ministra Laurita Vaz, porém, em razão do recesso de fim de ano no STJ, o presidente do órgão, ministro João Octávio Noronha, é quem deverá analisar o pedido.

Além do pedido de revogação da prisão, em razão de outros réus já se encontrarem em liberdade, a defesa do ex-secretário-adjunto também aponta uma suposta “coação ilegal”. Em ambos os casos, se o pedido para prender Flávio Alexandre Taques da Silva não for suspenso, os advogados pedem a substituição da detenção por outras medidas cautelares – incluindo a utilização de tornozeleira eletrônica.

Em consulta ao site do STJ, é possível constatar que os autos já estão conclusos para o julgamento do presidente João Octávio Noronha, assim, uma decisão sobre a liberdade de Flávio pode aparecer nas próximas horas.

OPERAÇÃO SANGRIA

A “Operação Sangria” teve sua primeira fase deflagrada no dia 4 de dezembro de 2018. As investigações apuram supostas irregularidades em contratos firmados com a Empresa Cuiabana de Saúde Pública (Ecusp), ligada à Prefeitura de Cuiabá, com empresas que tinham como sócio o ex-secretário de saúde da Capital, Huark Douglas Correia. Ele foi preso na segunda fase da operação, ocorrida no dia 18 de dezembro.

A Ecusp foi a escolhida para realizar a administração do novo Pronto Socorro Municipal de Cuiabá, inaugurado simbolicamente (não atende ninguém) na última sexta-feira do ano de 2018. O modelo de gestão escolhido pela prefeitura municipal para tocar a nova unidade de saúde, entretanto, vem chamando a atenção dos órgãos de controle estadual e federal.

A Empresa Cuiabana é investigada após a realização de pagamentos superiores a R$ 14,6 milhões a empresas privadas, que prestam serviço à organização ligada à prefeitura da Capital e que por sua vez possui entre seus sócios o ex-secretário municipal de saúde de Cuiabá Huark Douglas Correia.

Além do Poder Judiciário, o negócio entre a prefeitura de Cuiabá e a Ecusp também é alvo do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Pleno do órgão homologou no último dia 19 de dezembro uma medida cautelar, de autoria da conselheira interina Jaqueline Jacobsen, suspendendo a transferência da gestão do novo Pronto Socorro de Cuiabá para a Empresa Cuiabana de Saúde Pública. A organização, criada em 2013, durante a gestão Mauro Mendes (DEM), também é investigada pela Procuradoria-Geral da República.

 

 

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