O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quinta-feira (13) o ministro Santos Cruz, da Secretaria de Governo. É a primeira baixa de um militar integrante do governo.
O presidente já escolheu o sucessor: é o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira, comandante militar do Sudeste.
De acordo com o Exército, Ramos é natural do Rio de Janeiro. Ele foi declarado aspirante a oficial da arma de Infantaria em 1979, e promovido a general de Exército, topo da carreira militar, em 2017. Entre as principais funções exercidas pelo general, estão o comando da 11ª Região Militar, em Brasília (DF), e da 1ª Divisão de Exército, no Rio de Janeiro (RJ). O general Ramos também atuou na Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti e foi vice-chefe do Estado-Maior do Exército.
Segundo fontes do Palácio do Planalto, a demissão de Santos Cruz não abala o grupo militar que integra a equipe ministerial.
O general Carlos Alberto dos Santos Cruz deixou o cargo de ministro da Secretaria do Governo em razão de divergências com as estratégias da equipe de comunicação da gestão Bolsonaro. O nome mais cotado para assumir o cargo de Santos Cruz é o secretário especial da Previdência do Ministério da Economia, Rogério Marinho. Ele vem sendo elogiado por Jair Bolsonaro, que já declarou que pretende transformá-lo em ministro.
O general da reserva será o terceiro integrante do primeiro escalão do governo a deixar o posto. O primeiro foi o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gustavo Bebianno, em fevereiro, e o segundo, o ex-ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez, em abril.
Além da Secretaria de Comunicação Social (Secom), comandada pelo publicitário e empresário Fabio Wajngarten, Santos Cruz tinha sob suas atribuições na pasta a articulação política com o Congresso. Ele teve atritos em ambas as áreas, tanto com Wajngarten quanto com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que também cuida da interlocução do Palácio do Planalto com o Congresso.
Em maio, o general da reserva trocou farpas públicas com o escritor Olavo de Carvalho, no auge da crise entre a ala militar do governo e os seguidores de Olavo que integram a gestão Bolsonaro. Radicado na Virgínia, onde vive, o escritor publicava textos no Facebook nos quais se referia ao ministro como “bandidinho”, “fracote” e “fofoqueiro de m…”, entre outros ataques.