O dragão da inflação continua a mostrar suas garras. Em março, o indicador acelerou para 1,62%, após ficar em 1,01% em fevereiro. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Nesta sexta-feira, 8, esse foi o maior resultado para o mês de março desde 1994 (42,75%), antes da implantação do Real, e também está acima da expectativa do mercado financeiro, que projetava uma alta de 1,35% no mês. O indicador agora acumula alta de 3,2% no ano e, nos últimos doze meses, de 11,30%, acima dos 10,54% observados nos doze meses imediatamente anteriores e dos 10,06% registrados em em 2021.
Segundo o IBGE, as altas nos transportes (3,02%) e nos alimentos (2,42%) foram determinantes para a aceleração dos preços no mês. Os dois grupos têm o principal peso na cesta de do IBGE, então as variações neles tendem a puxar o peso para cima. No mês, a alta do preço das commodities de energia e de grãos — muito influenciadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia — puxou o resultado. Vale lembrar que a meta para a inflação neste ano é de 3,50%, e só nos primeiros três meses do ano o acumulado chega próximo a esse patamar.
Tivemos m reajuste de 18,77% no preço médio da gasolina vendida pela Petrobras para as distribuidoras, no dia 11 de março. Houve também altas nos preços do gás veicular, do etanol e do óleo diesel.
No grupo dos alimentos e bebidas, a alta de 2,42% decorre, principalmente, dos preços dos alimentos para consumo em domicílio (3,09%). A maior contribuição foi do tomate, cujos preços subiram 27,22% em março. A cenoura avançou 31,47% e já acumula alta de 166,17% em doze meses. Também subiram os preços do leite longa vida (9,34%), do óleo de soja (8,99%), das frutas (6,39%) e do pão francês (2,97%).
O grupo habitação (1,15%) teve aumento por causa do gás de botijão (6,57%), cujos preços subiram devido ao reajuste de 16,06% no preço médio de venda para as distribuidoras, em março. A alta de 1,08% da energia elétrica também contribuiu para o resultado do grupo, principalmente por causa dos reajustes de 15,58% e 17,30% nas tarifas de duas concessionárias de energia no Rio de Janeiro.
Em março, também houve aceleração nos preços dos grupos vestuário (1,82%) e saúde e cuidados pessoais (0,88%). O único com queda foi comunicação, com -0,05%. Os demais ficaram entre 0,15% (de educação) e 0,59% (de despesas pessoais).