Foi apresentado, na quinta-feira (24), ao prefeito Kalil Baracat, um novo formato de Gestão da Atenção Primária à Saúde, coordenado pelo Ministério da Saúde (MS), que vai garantir melhor acesso, cuidado, maior número de profissionais (médicos, enfermeiros, agentes comunitários de saúde), e melhor utilização dos Recursos Públicos.
Uma equipe do Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), realizou, durante os dias 28 a 31 deste mês, um estudo com as equipes técnicas de Várzea Grande para a viabilidade de implantação da ação de Ampliação e Qualificação da Atenção Primária à Saúde na cidade, sendo o município o primeiro do Estado de Mato Grosso a implantar esta nova proposta.
O representante do Ministério da Saúde, José Maria Justo, disse ao prefeito que a cooperação técnica disciplinar a utilização dos serviços de saúde de forma racional e inclusiva, com o foco na racionalidade do gasto e na sua sustentabilidade diante de todos os desafios e necessidades da população.
“Este trabalho se trata de uma grande parceria entre o Ministério da Saúde, Estados e municípios, que prevê a ampliação de atendimentos por meio da expansão na quantidade de equipes que atuam nas Unidades Básicas de Saúde e a ampliação do horário de atendimento nestes serviços, ou seja, um reequilíbrio do uso dos espaços, recurso humanos e financiamento por parte do Governo Federal. Para que esta equalização ocorra, foi pensado nos profissionais existentes e a sua necessidade para cobertura da Atenção Básica em 100% da população”, disse.
Justo também explicou algumas técnicas utilizadas durante o diagnóstico situacional, dos atendimentos à saúde na APS, que contribuem para o aumento do investimento destinado pelo Ministério da Saúde ao município.
“Durante as reuniões, proponho a adesão dos programas de Atenção Primária já existentes e que por alguma razão a gestão não implantou, como por exemplo o Saúde na Hora”, ressaltou.
Segundo José Maria Justo, atualmente, em Várzea Grande, uma equipe da Estratégia Saúde da Família atende uma população em média de 3.950 pessoas por equipe. Com a implantação deste novo formato de gestão e a ampliação do número de equipes, o número baixo para 2.158 e, com isso, permite maior qualidade no atendimento ao usuário do Sistema Único de Saúde (SUS).
“Hoje o município possui 68 equipes de Saúde da Família e com a ampliação implantará mais 71. Com isso, será possível garantir a cobertura da APS para 100% da população, atendendo 2.158 pessoas por equipe”, destacou ainda o representante do Ministério.
O secretário Municipal de Saúde de Várzea Grande, Gonçalo Aparecido de Barros, disse que aceitou receber a equipe do MS e tornar-se de fato o pioneiro nesta ação Ministerial, por entender que é na Atenção Primária em Saúde que se resolve em até 80% dos problemas de saúde da população.
“Para nós, essa ampliação significa que vamos ter vínculo e aproximação dos profissionais com a comunidade e do usuário com os serviços por meio das visitas de médicos e enfermeiros com maior frequência às suas casas. Os serviços vão melhorar e muito. Fizemos o balanço geral do que temos e que vamos ter. E conhecendo a fundo nossas necessidades, podemos também ampliar a cobertura e com isso ampliar o volume financeiro a ser recebido do Ministério da Saúde com o projeto. Espera-se com isso que a população aumente sua confiança e relacionamento com as Unidades Básicas mais próxima de sua residência e passe a buscar ali o apoio profissional para cuidado com sua saúde e de sua família”, disse Gonçalo de Barros.
O Prefeito Kalil Baracat, após ouvir as explanações detalhadas, disse que Várzea Grande vai sim ter o projeto implantado, porque o que é bom para a população, também é bom na aprimoramento da Gestão da Saúde.
“Todos nós da Federação temos os problemas comuns na saúde, que é falta de financiamento, gasta mais do que o prudencial por Lei, e ainda não é suficiente para atender com excelência que a população merece. Acredito sim no Projeto que além de fortalecer a Atenção Primária visa o combate às desigualdades no atendimento de alta demanda nas Unidades. Com a ampliação das equipes será possível garantir uma cobertura maior dos serviços de Atenção Primária à Saúde centrada na atenção integral ao usuário, melhorando a cobertura das equipes de saúde da família e saúde bucal por meio de uma melhor proporção de pessoas atendidas por equipe. Sendo referência para uma população menor, as equipes passarão a ter mais condições de conhecer as necessidades da nossa população que vivem nos entornos das unidades existentes”, disse o prefeito.
Ação de Ampliação e Qualificação da Atenção Primária à Saúde em números:
Segundo ainda Gonçalo de Barros, o projeto em números aumenta também a oferta de serviços, por exemplo, na odontologia. Várzea Grande só tem um Centro de Especialidades Odontológicas. Com a implantação do novo modelo o município sairá de zero equipe bucal nas unidades e passará a ter 34 equipes.
Agentes Comunitários de Saúde sai de 164 para 335 equipes
Atualmente no município de Várzea Grande, o Programa Saúde na Hora conta com quatro unidades: duas de simplificada e duas ampliada. Com a nova proposta, serão realizadas 25 novas adesões, sendo duas na modalidade simplificada, 14 na ampliada, oito de 60 horas – com funcionamento de até 19 horas – e cinco modalidades de 75 horas, com atendimento ao paciente até às 22 horas.
Equipes eMulti, Várzea Grande não possui nenhuma adesão, com a ação terá 14 equipes
Com relação a expansão no número de profissionais na rede municipal de Saúde, serão mais 71 médicos, 71 enfermeiros, 45 técnicos de enfermagem, 30 cirurgiões-dentistas; 27 auxiliares de Saúde Bucal, e 335 agentes comunitários de saúde.
Gonçalo aponta ainda outras vantagens em aderir o novo modelo de gestão da APS, como a melhoria na resolutividade do atendimento e consequentemente nos avanços na prevenção e promoção da saúde, otimização da capacidade das estruturas físicas existentes, aumento de investimentos do município na Atenção Básica e redução no tempo de espera de uma consulta a outra.
“O mais interessante é que haverá um incremento de 35 mil consultas ao mês, 46.900 visitas domiciliares a serem realizadas pelos 335 agentes comunitários. Ainda serão implantadas 14 equipes multidisciplinares com especialidades médicas e não médicas que estarão vinculadas às equipes de Saúde da Família para garantir a resolução de cerca de 80% das queixas de saúde da população, que, atualmente, superlotam as UPAs e geram filas , além da descentralização do atendimento em saúde bucal inicialmente de 30 equipes, que faz parte de um planejamento maior que visa ampliar o número de equipe saúde bucal em mais de 70 equipes nos próximos anos”, afirmou Gonçalo de Barros.
A visita técnica do Ministério da Saúde contou também com o apoio da Superintendência do Ministério da Saúde em Mato Grosso; Governo do Estado de Mato Grosso; Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso; Prefeitura Municipal de Várzea Grande e Secretaria Municipal de Saúde.