Durante o ato em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), na última semana, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil precisa de nova uma política para o agronegócio, que contemple também os pequenos e médios produtores, que são os principais produtores de alimentos do país.
“A gente tem de garantir que o pequeno e o médio produtor produzam, porque no Brasil nós temos quase 4,7 milhões de propriedades de até 100 hectares. Essa gente que produz feijão, milho, que cria galinha, que planta pepino, cebola, alho, essa gente que produz quase 70% do alimento que vai na nossa mesa”, afirmou.
Segundo Lula, os grandes produtores rurais, que plantam principalmente soja, têm uma grande importância por conta da exportação, mas isso não significa que os produtores de menor porte podem ser ignorados pelo governo, como vem acontecendo nos últimos anos.
“Eu sou amigo do Blairo Maggi, ele é um dos grandes produtores de soja deste país, mas ele não cria uma galinha, porque se ele criar, vai arrancar as sementes da soja dele. Ou seja, ele é um homem rico, exporta soja, mas se quiser comer um quiabo, ele vai comprar do pequeno e médio produtor. Se quiser comer uma galinha ao molho pardo, vai ter que comprar do pequeno produtor”, ressaltou.
O ex-presidente lembrou que, em 2008, durante seu governo, foi o programa de securitização da dívida do agronegócio que salvou muitos dos principais produtores da falência.
“Por isso que nós precisamos incentivar os pequenos e médios produtores rurais deste país com financiamento e nós precisamos fazer, como já fizemos, uma securitização para o agronegócio. Em 2008 foram 89 bilhões, senão todos eles estavam quebrados. Eu duvido que o Bolsonaro fez pelo agronegócio 10% do que Lula e Dilma fizeram neste país”, declarou.