Os animais que sobreviveram às chamas que destroem o Pantanal estão recebendo ajuda de voluntários e entidades. Um helicóptero da Marinha está sobrevoando a região e jogando alimentos para ajudar os bichos.
Os números do Ibama e da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostram que nunca se queimou tanto no Pantanal brasileiro.
Em Mato Grosso, onde a situação é pior, quase 40% da área foram destruídos. Quase oito vezes o tamanho das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro juntas.
Segundo os bombeiros, até as regiões que já queimaram são consideradas de risco
“Com uma alta temperatura de 43 graus e uma previsão de umidade relativa do ar de até 17%, a gente tem uma expectativa que esse incêndio retorne. Então tem que ter patrulhamento, monitoramento, vigilância constantemente, mesmo no local já controlado”, diz o tenente-coronel Jean Oliveira, comandante da Operação Pantanal em Mato Grosso.
Enquanto o fogo não dá trégua, voluntários se esforçam para salvar os animais. Mais de 80 pontos com água e alimentos foram montados ao longo dos 150 quilômetros da estrada transpantaneira. Esses lugares são escolhidos porque normalmente alagam e os bichos já têm o costume de procurar para beber água
Os helicópteros da Marinha reforçam o apoio em regiões de difícil acesso. Nesta semana, meia tonelada de alimento foi lançada no Pantanal.
Muitos animais estão sendo resgatados desnutridos justamente por essa falta de alimento e água.
“Essa ação, que é inédita no nosso país, mesmo com todas as dificuldades de logística que a gente encontra, a gente espera que contribua um pouco para a sobrevivência de diversos animais que hoje passam pelo período da fome cinzenta. Os alimentos que foram lançados são frutas, ovos cozidos, legumes, que a gente, a equipe toda chegou ao consenso de que seriam mais aproveitados”, explica a veterinária Carla Sássi.
A ajuda voluntária também está chegando aos ribeirinhos, que estão desabastecidos.