Diante da situação apertada que o governo de Mato Grosso enfrenta para quitar a folha salarial de novembro dos mais de 100 mil servidores, deixando em dúvida como serão pagas as remunerações de dezembro, o governador eleito, Mauro Mendes (DEM), não descarta a possibilidade de que o escalonamento adotado por Pedro Taques (PSDB) seja colocado em prática também no início de sua gestão a partir 1º de janeiro de 2019.
“Se neste mês, grande parte dos recursos estão sendo usadas para pagar despesa de novembro, muito provavelmente, numa lógica simples e matemática, no mês de janeiro não tem nenhuma receita extraordinária que possa nos dar a previsibilidade da mudança desse cenário”, afirmou o democrata nesta terça-feira (11), após reunião com Pedro Taques no Palácio Paiaguás.
Apesar do cenário pessimista, Mendes afirma que, desde agora, já trabalha “fortemente” para conter despesas, gerando economia para evitar o agravamento da situação financeira do Estado, que já vai começar com deficit de R$ 1,5 bilhão para 2019.
“Vai ser economia, centavo por centavo, cada dinheirinho economizado vai permitir, ao longo do ano, melhorar essa questão. O quanto mais vai melhorar ou o quanto menos vai, vai depender muito da reação da economia, da arrecadação dos impostos e da resposta que essas medidas terão”, afirmou. Segundo Mauro Mendes, as mudanças rumo ao equilíbrio do orçamento devem levar cerca de 6 meses. Ele também adiantou que a elevação “absurda” da tributação para alcançar tal objetivo está “descartada”.
Questionado se teme sofrer pressões por parte do Fórum Sindical, que representada os servidores efetivos do Estado, Mendes respondeu: “Se alguém tiver uma solução diferente disso, alguém no estado de Mato Grosso souber uma fórmula de pagar o salário no dia 10 ou no dia 30 sem que tenha dinheiro na conta, é só me avisar que eu vou implementar. Agora, só paga conta com dinheiro na conta”.
A respeito da relação que terá com os servidores em momentos de crise, Mendes afirmou que será de “diálogo” e “verdade”. No entanto, o democrata adiantou que, no primeiro mês de governo, não terá tempo para conversa.
“O mês de janeiro será de muito trabalho e pouca conversa. Não adianta achar que em janeiro nós vamos estar reunindo com Deus e com todo mundo, dando entrevista a todo momento, porque vai ser verdadeiramente o momento da nossa grande transição, porque aí sim estaremos assentados nas pastas, com poder de comando, tendo mais informação”, afirmou.