“Não sei de onde o prefeito tira essas coisas. Pra fazer as pazes comigo, ele tem que parar de mentir primeiro”. A frase é do governador Mauro Mendes (DEM) e foi proferida na manhã desta quarta-feira (14), durante entrevista coletiva de lançamento do novo sistema de monitoramento de focos de desmatamento em Mato Grosso, o Imagens Planet, no Palácio Paiaguás.
O chefe do Executivo estadual referia-se à fala do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) quanto ao fato de que Mendes (DEM) estaria “contagiado” pela sua “boa administração reconhecida nacionalmente” e que isso seria, ao lado da aprovação dos irmãos Jayme Campos (DEM) e Júlio Campos (DEM), motivação suficiente para que o DEM – incluindo o governador – o apoie na provável disputa a reeleição no Palácio Alencastro.
Emanuel disse isso em entrevista na semana passada. Ele respondia a questionamentos quanto às suas pretensões políticas acabarem se opondo às do partido do governador, com quem tem constantemente trocado farpas via imprensa.
Na ocasião, o prefeito chegou a dizer que havia se tornado o “Emanuelzinho paz e amor”. Também afirmou uma percepção de que a aludida prioridade aos bairros e às camadas mais populares, com obras como o novo Hospital e Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (HMC na nova sigla), o credenciava à obtenção do apoio. Foi então que resolveu falar na tal onda que estaria “contagiando” tudo e todos e acabou incluindo o governador no meio.
Mauro, ao comentar sobre as falas do prefeito, procurou contemporizar, mas não tanto assim. Afirmou que não havia tratado ainda com os correligionários do partido quanto às “possibilidades eleitorais para 2020”, mas que era natural que isso aconteça no atual maior partido do Estado, afinal, o DEM parece ser a bola da vez, apesar de ainda não contar com nenhum vereador na Capital. “Fazemos parte de um partido que hoje tem o governador no Estado de Mato Grosso, tem um senador, tem deputados estaduais, o presidente da Assembleia, tem prefeitos e vereadores e como qualquer partido tem o dever de se organizar, de se reoxigenar, fazer articulações políticas para o próximo processo eleitoral”, colocou.
Para mostrar que também está longe de “selar a paz” com o prefeito, citou que a condução do DEM no processo eleitoral, principalmente em Cuiabá, será feita por um “desafeto declarado” de Emanuel. “Não sou eu quem conduz isso, quem conduz é o presidente estadual Fábio Garcia e outros membros e aí nós temos decisões tomadas no âmbito dos municípios. Sou neste momento governador d eMato Grosso e minha principal tarefa é cuidar do Estado”, encerrou.