Na manhã desta segunda-feira (15.07) policiais da Força Tática do 1º Comando Regional de Cuiabá trocaram experiências com pessoas com deficiência sobre abordagem policial. O minicurso promovido pela Superintendência da Pessoa com Deficiência da Casa Civil, em parceria com a Polícia Militar, foi realizado no auditório do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em Cuiabá.
Cinquenta policiais puderam aprimorar seus conhecimentos sobre o atendimento e abordagem policial à pessoa com deficiência física, auditiva ou visual. A experiência faz parte de um projeto-piloto em parceria entre a Superintendência da Pessoa com Deficiência, Polícia Militar, Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Conede) e a Associação Estadual de Surdo e Deficiente (Ande).
O comandante da Força Tática e do 1º Comando Regional de Cuiabá, tenente-coronel André Avelino Neto, explica que a iniciativa é promover essa oportunidade aos policiais que atuam nas ruas porque são os agentes de segurança que mais se deparam constantemente com todos os tipos de situações e pessoas para aprimorar ainda mais o atendimento da PM à sociedade. “A importância do conhecimento de políticas para deficientes faz o policial ter uma visão de atendimento humanizado dentro dos princípios dos direitos humanos. Esses policiais da Força Tática são aqueles homens que atuam energicamente nas ruas, no combate aos crimes de roubo, furto, tráfico de drogas e homicídios”, conta o tenente-coronel.
Para a superintendente Estadual da Pessoa com Deficiência da Casa Civil, Tais Augusta de Paula, a idéia deste minicurso é trazer para os policiais militares algumas informações que os ajudam a abordar a pessoa deficiente de forma adequada.
“Às vezes a polícia fica com receio de como vai tratar aquela pessoa com deficiência. Por exemplo, o policial nunca deve mandar uma pessoa que não ouve e em alguns casos também não fala, a colocar as mãos para cima e virar de costas para o policial, porque essa pessoa com deficiência precisa fazer leitura labial e utilizar as mãos para poder colaborar com a abordagem da polícia”, explica à superintendente.
O presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência, Luiz Grassi, conta que a proposta é melhorar a comunicação, preservando a vida tanto da pessoa com deficiência quanto a vida do policial que está realizando seu trabalho. “Nós vivemos em uma sociedade que não trabalha muito em equipe. A instituição neste país que mais tem honra e aprendeu a respeitar a soberania desta nação são as forças policiais. Então essa palestra mostra a importância de trabalharmos juntos, da sociedade também ajudar esses policiais a garantir a segurança de todos”, conta Luiz Grassi.
O soldado da Força Tática, Rodrigo Venicius de França diz que já teve a instrução de abordagem à pessoa com deficiência, no curso de formação de soldados da PM, mas a oportunidade o fez relembrar e aprimorar ainda mais a forma de se comunicar. Ele explica que é comum para os policiais abordar pessoas com deficiência.
“Esses dias atrás eu fiz uma abordagem no qual os dois indivíduos eram surdos. A esposa de um deles nos auxiliou na abordagem, e os suspeitos iam se comunicando com a gente. Os dois suspeitos eram reincidentes, então estar preparado para esse tipo de ocorrência é essencial, tanto para não ferir os direitos da pessoa abordada quanto também preservar a segurança da equipe policial”, diz o soldado.