Ministério Público Estadual (MPE) notificou o governo para que a Arena Pantanal não seja cedida à Prefeitura de Cuiabá para a realização do festival em comemoração aos 300 anos da Capital. O órgão afirma que eventos têm prejudicado o gramado e estariam afetando a realização dos jogos de futebol.
Promotor Ezequiel Borges pede informações sobre o calendário de jogos na Arena Pantanal
O promotor Ezequiel Borges, da 6ª Promotoria de Justiça, enviou também uma solicitação ao presidente da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF) para que seja informado o calendário de jogos previstos até junho.
Na notificação enviada à secretaria adjunta de Esportes, Ezequiel cita o jogo entre Cuiabá e Atlético Acreano, realizado em 18 de agosto do ano passado. Dias antes, a local havia recebido o festival Rock Arena e o gramado estava em péssimas condições durante a partida.
No documento, o promotor pondera que o espaço foi pensado e construído como arena multiuso, mas fatores como falta de conclusão integral da obra, o fato de a manutenção do gramado ser feita pela FMF, ausência de outros estádios disponíveis para o período de recuperação do gramado e a falta de implantação de tecnologia para reduzir a pressão sobre o campo têm de ser levados em consideração.
O evento dos 300 anos de Cuiabá está programado para acontecer nos dias 6, 7 e 8 de abril. “Sendo esse propósito levado adiante, o Estado, proprietário e administrador da praça esportiva, estará sendo condescendente com a inevitável destruição do gramado do único estádio em condições para a prática de futebol profissional na capital”, diz o MPE.
O Campeonato Mato-grossense está em sua fase final, com jogos marcados período próximo ao do festival. A arena também deve receber partidas do Cuiabá, que disputa a série B do Campeonato Brasileiro, em abril.
“Não se trata de reduzir a finalidade e o alcance das características da Arena (que, consoante afiançado, sequer teve seu projeto integralmente finalizado), senão a de garantir que os jogos programados possam ser realizados no local, conciliando-se o interesse e o patrimônio público com os anseios legítimos do público torcedor”, afirma o promotor.
Ele cita que o estádio tem apenas cinco anos de existência, mas o gramado já se encontra “severamente deteriorado” em razão de “seu abandono e descaso”. A exibição da arena nestas condições em rede nacional durante a transmissão dos jogos poderia também trazer impactos negativos à imagem do Estado, avalia Ezequiel Borges.