Antes da operação da Polícia Federal (PF) contra os irmãos Ciro Gomes e Cid Gomes, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou contra a expedição de mandados de busca e apreensão.
No dia 24 de novembro deste ano, o procurador da República Luiz Carlos Oliveira Júnior afirmou que a realização de busca e apreensão nos endereços dos investigados seria contraproducente, considerando que os fatos ocorreram há quase 11 anos.
“A eficácia da medida ora pretendida pela autoridade policial exige a contemporaneidade dos fatos supostamente criminosos praticados, o que não se verifica”, disse o procurador.
Oliveira classificou o ingresso em residência de investigados como “medida drástica”, que “expõe pessoas alheias à investigação em curso como, por exemplo, filhos menores de idade, cônjuges, dentre outros, além de implicar em grande exposição social”.
O procurador, por outro lado, se manifestou favoravelmente à quebra de sigilo, afirmando ser o meio adequado para a obtenção de registros que venham a comprovar ou não a prática de condutas criminosas.
Os irmãos Gomes foram alvo, na quarta-feira (15), de uma operação da Polícia Federal no esteio de uma investigação sobre a suspeita de desvios de recursos públicos nas obras do estádio Castelão, em Fortaleza.
Ao todo, a PF cumpriu 14 mandados de busca e apreensão determinados pela Justiça, incluindo os endereços de Cid e Ciro Gomes, como parte de um inquérito iniciado em 2017.
A apuração da PF contou com delações premiada de executivos da Galvão Engenharia. Os pagamentos de propina, diz a polícia, eram feitos em espécie tanto em um escritório de advocacia quanto na residência de um dos advogados investigados. (com agência Sputnik Brasil)