MT é o segundo Estado que mais desmata, aponta estudos

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Quatro estados e mais de 80% de floresta perdida

Quatro estados foram responsáveis por 84,13% do desmatamento na região. O Pará liderou o desmate da floresta, seguido por Mato Grosso, Amazonas e Rondônia.

Com 3.862 km² de área desmatada, o estado do Pará teve a maior contribuição com o desmatamento da região. Foram 39,56% de toda a floresta derrubada. Mato Grosso, Amazonas e Rondônia ultrapassaram os mil km² de desmatamento e foram, nesta ordem, os estados que mais contribuíram com o aumento da taxa de desmate, atrás dos paraenses.

Área de desmatamento nos estados, segundo dados do Prodes em 2019 (agosto/18 - julho/19) — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1Área de desmatamento nos estados, segundo dados do Prodes em 2019 (agosto/18 - julho/19) — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1

Área de desmatamento nos estados, segundo dados do Prodes em 2019 (agosto/18 – julho/19) — Foto: Rodrigo Sanches/Arte G1

Críticas aos dados do Deter

O número apresentado via Prodes é 42,8% maior do que os números compilados com base nos alertas do Deter. O sistema de alertas foi alvo de críticas dentro do governo federal no meio do ano. À época, os alertas do desmatamento no Brasil – medidos pelo Deter – registraram alta de 88% em junho e de 212% em julho.

Naquele período, sobretudo em julho e agosto, o governo criticou o uso dos dados e afirmou que a medição do Deter não deveria ser usada em comparativos e que os números que deveriam ser considerados são os do Prodes. O Inpe chegou a ser acusado pelo presidente Jair Bolsonaro de mentir sobre os dados e agir a “serviço de alguma ONG”.

A polêmica terminou com a demissão do então diretor do órgão, Ricardo Galvão. Em agosto, seguindo anúncio do ministro Ricardo Salles, o Ibama lançou um edital para contratar empresa privada para monitorar desmatamento na Amazônia.

Terras públicas e áreas protegidas correspondem a 41% do total desmatado entre agosto de 2018 e julho de 2019, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), analisados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Os dados fazem parte do sistema Prodes, que monitora a perda de floresta na Amazônia Legal. Esses são os números oficiais utilizados pelo governo federal.

As terras da União e dos estados somam 27% da devastação no período. Já as áreas protegidas, que deveriam ter desmatamento zero, correspondem a 14% da área degradada: em 5% em unidades de conservação; 4% em terras indígenas e 5% em áreas de proteção ambiental.

Já as terras que são alvo de grilagem somam 36% de todo o desmatamento do período. O número se refere às terras da União e dos estados (que somam 27%) e as terras “sem informação” (que representam 9%), de acordo com os institutos.

A grilagem é a ocupação ilegal, geralmente para uso econômico e dos recursos naturais. A atividade ocorre nas chamadas “terras sem destinação”. Essas terras pertencem à União ou aos estados, ou ainda são áreas sobre as quais não consta oficialmente a informação sobre o proprietário

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