Os alvos da Polícia Federal (PF) durante cumprimento de busca e apreensão na Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema) na manhã desta quinta-feira (25), foram documentos relativos a duas fazendas localizadas nos municípios de Aripuanã e Colniza. As propriedades são as fazendas Ilha Grande e Marfim.
Na “Operação Arquimedes”, com diligências cumpridas em oito Estados, a PF investiga um esquema de extração ilegal de madeiras na Amazônia legal.
Ao todo, foram expedidos pela Justiça Federal 23 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 109 de busca e apreensão. A operação também resultou no bloqueio de R$ 50 milhões de empresas investigadas. Outras 18 medidas cautelares, ainda não especificadas, estão sendo aplicadas.
Em Mato Grosso, o único alvo da operação com mandados cumpridos foi a Secretaria Estadual de Meio Ambiente, local onde estavam documentos de interesse da investigação relativos às fazendas.
As investigações foram divididas em duas etapas: a primeira apura os crimes ambientais, extração, exploração e comércio ilegais de madeira enquanto a segunda visa apurar crime de corrupção envolvendo agentes públicos, engenheiros e empresários.
Conforme as investigações da Polícia Federal, o esquema de corrupção envolve servidores de órgãos ambientais estaduais, entre eles a Sema/MT, engenheiros florestais, detentores de planos de manejo e proprietários de empresas madeireiras.
Os investigados deverão ser indiciados pelos crimes de falsidade ideológica no sistema DOF (Documento de Origem Florestal), falsidade documental nos processos de concessão e fiscalização de PMFS (Plano de Manejo Florestal Sustentável), extração e comércio ilegal de madeira, lavagem de bens, direitos e valores, corrupção ativa e passiva e de constituição de organização criminosa.
Em nota, a Sema informou que colabora com as investigações.
Íntegra da nota:
A Secretaria de Estado de Meio Ambiente confirma que recebeu agentes da Policia Federal na manhã desta quinta-feira (25) para busca e apreensão de documentos no âmbito da operação Arquimedes. A Sema está colaborando com a operação e todas as demandas foram prontamente atendidas para que os investigadores possam apurar as suspeitas de inserção de créditos florestais fictícios nos sistemas de comercialização e transporte de produtos florestais. Os trabalhos de investigação apuram fatos ocorridos antes da atual gestão, iniciada em janeiro de 2019.
Para fortalecer o trabalho de investigação e repressão das ilegalidades, agentes da Polícia Federal designados pela superintendência do órgão em Mato Grosso irão participar, no próximo mês, de um curso de capacitação para compreender melhor o funcionamento dos sistemas da Sema envolvidos na aprovação de projetos florestais e autorizações de exploração florestal ou desmatamento (Simlam, Simcar e Sisflora). O objetivo é assegurar que o órgão de investigação tenha acesso às informações com mais rapidez e precisão.
A Sema reitera que acredita na parceria com os órgãos de investigação e controle, tanto interno quanto externos, aliada ao controle social, para assegurar a legalidade nos serviços prestados pela Secretaria para que tenhamos um meio ambiente harmônico e equilibrado para esta e futuras gerações.