A secretária de Estado de Saúde, Kelluby de Oliveira, afirmou que as equipes do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) estão enfrentando dificuldades para deixar os pacientes nas unidades de saúde de Cuiabá, durante os atendimentos das ocorrências, desde o início do mês de julho.
O motivo, segundo ela, é a redução nos quadros de profissionais médicos, de enfermagem e técnicos na rede municipal. Mais de 700 profissionais foram demitidos pela Prefeitura de Cuiabá e não há previsão para novas contratações.
Kelluby disse que as equipes do Samu chegam a receber de 10 a 15 recusas por dia de atendimentos nas unidades de Cuiabá, que estão superlotadas.
“As ambulâncias do Samu estão permanecendo paradas com pacientes em seu interior, em cerca de duas a três horas, e na maioria das vezes, é necessário o deslocamento do paciente em atendimento para outras unidades de saúde. Isso, além de prejudicar o atendimento do paciente naquele momento, inviabiliza novos atendimentos de emergência pelas equipes, sobrecarregando toda a rede”, criticou.
As demissões dos mais de 700 profissionais ocorreram após determinação do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, atendendo a pedido do Ministério Público do Estado, que investiga esquema de contratações irregulares na Secretaria de Saúde de Cuiabá, como “moeda de troca” política pelo prefeito Emanuel Pinheiro.Para ele quanto pior melhor para forçar contratações emergenciais temporárias. Porque não fez seletivos?
Segundo a secretária, o próprio Tribunal de Justiça já havia determinado, em novembro de 2021, que o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) suspendesse as contratações temporárias de profissionais da Saúde e realizasse processo seletivo, seguindo os devidos princípios legais da administração pública. O que não foi cumprido pelo prefeito, que manteve as contratações temporárias sem justificativa.
As contratações irregulares já culminaram no afastamento de Emanuel Pinheiro, de secretários e servidores da prefeitura. As investigações do MPE apontam que, além do prefeito, a primeira-dama Márcia Pinheiro, também estaria envolvida no esquema.
Nesta semana, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) detectou irregularidades em 93 unidades de saúde de Cuiabá, como falta de medicamentos, ausência de transparência nas escalas médicas e de controle de carga horária e problemas estruturais nos prédios em que funcionam as unidades.