Árvores e seus muitos abrigos, múltiplas funções atuam diretamente na manutenção da vida selvagem, no equilíbrio ecossistêmico e na qualidade de vida do ser humano, em nível das condições básicas e suplementares (bem-estar físico, mental e emocional). Fornecem a sombra do descanso, as flores que enfeitam, os frutos que alimentam. Abrigam e protegem inúmeras vidas como os liquens, os musgos, as bromélias, insetos, aves, mamíferos e a todos nós. Trazem chuva, minimizam a erosão do solo, protegem os rios, suavizam os dias quentes, as chuvas torrenciais, os ventos tempestuosos e removem gazes nocivos da atmosfera.
Estudos científicos têm mostrado que as florestas tropicais são importantes sumidouros de carbono (CO2). O consumo de CO2 pelas árvores afeta positivamente na qualidade do clima local, regional e global. Entretanto, este sumidouro de carbono está em declínio como resultado do desmatamento, queimadas e mudanças climáticas.
O sexto Relatório de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), reporta que para que tenhamos a chance de minimizar os impactos das mudanças climáticas é necessário manter o aumento da temperatura global dentro do limite de 1,5°C nos próximos três anos. Cientistas de mais de 60 países envolvidos nos estudos do IPCC, afirmam que será impossível manter o aumento da temperatura global dentro do limite estabelecido sem remoção de carbono da atmosfera. O sequestro e armazenamento de carbono nas florestas são cruciais neste processo.
Mato Grosso permanece no ranking entre os estados com maior número de árvores derrubadas na Amazônia brasileira. Isso significa que estamos contribuindo significativamente para a promoção do estresse do ecossistema, para maiores emissões de carbono, ocorrência de incêndios e aumento da temperatura.
Precisamos de transformações rápidas de todos nós e em todos os setores para evitar os piores impactos sobre o clima, qualidade de vida e na produtividade do setor econômico.
O Ministério Público do Estado de Mato Grosso atua com vigor e compromisso na proteção das florestas e nas formas sustentáveis de utilização dos bens naturais, buscando a estabilização dos ecossistemas e justiça ambiental para todos.
Maria Fernanda Corrêa da Costa é Promotora de Justiça em Mato Grosso, coordenadora do CAO – Centro de Apoio Operacional do Meio Ambiente Natural