Polícia Civil deflagrou na manhã desta terça-feira (14) uma operação para investigar a disseminação de fake news por meio de aplicativos de mensagens e redes sociais. Um dos alvos seria Marco Polo Pinheiro, o Popó Pinheiro, irmão do prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB). Além de Popó, dois servidores da Prefeitura de Cuiabá também são alvos da ação.
O objetivo da operação é desarticular uma possível associação criminosa envolvida em crimes de calúnia, difamação, injúria, perseguição e falsa identidade contra empresários, servidores e agentes públicos do Estado de Mato Grosso.
São cumpridos 6 mandados de busca e apreensão na casa de 3 investigados. Um dos mandados é cumprido na sede da Prefeitura de Cuiabá.
As informações são preliminares, já que as diligências estão em andamento. Buscas estão sendo acompanhadas pelo advogado Francisco Faiad na casa de Popó.
Delegado Ruy Guilherme Peral da Silva foi flagrado deixando o prédio em que Popó mora, no Alvorada, com alguns objetos apreendidos, como HD e outros.
A investigação tem como alvo ainda dois servidores da Prefeitura de Cuiabá, sendo um deles assessor de endomarketing e um servidor temporário da Secretaria de Saúde. Eles já prestaram depoimento ao delegado Ruy.
Investigação
Conforme as informações divulgadas pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, as buscas vão instruir os inquéritos em andamento na especializada quanto à produção e disseminação de notícias falsas e de cunho ofensivo.
Na investigação, os 3 suspeitos foram apontados como autores de ataques ofensivos e de propagar fake News, aparentemente previamente ajustados, com as suas identidades expostas ou veladas – por meio de números cadastrados fraudulentamente em nome de terceiros -, por meio das redes sociais, divulgados montagens de fotos e vídeos.
Segundo a Polícia Civil, dois dos alvos têm divulgado há pelo menos um ano, de modo reiterado, falsas notícias e conteúdo de caráter criminoso contra as pessoas públicas citadas.
Dois dos suspeitos são servidores da Prefeitura Municipal de Cuiabá, sendo um deles assessor de endomarketing e o outro servidor temporário da Secretaria Municipal de Saúde. O terceiro envolvido é empresário do ramo de publicidade.
Segundo o delegado da DRCI, Ruy Peral, dentre os investigados, está um homem de 37 anos de idade, de alta periculosidade, condenado a pena de 16 anos e 11 meses de prisão por ser um dos líderes de “quadrilha” que praticou furtos qualificados contra bancos nos Estados de MT, GO e TO.
“Atualmente ele é funcionário contratado da Secretária Municipal de Saúde e figura como suspeito de praticar delitos de roubo majorado, extorsão, ameaça, calúnia, difamação e injúria. É temerário que um indivíduo de tal periculosidade e que ainda cumpre pena no regime semiaberto seja integrante da possível associação criminosa investigada”, disse o delegado.
Contra o outro servidor alvo das investigações há suspeita de que tenha divulgado conteúdo ofensivo e fake news durante horário de expediente.
Os indícios de autoria de produção e da pulverização da fake news, ante os dados técnicos coletados durante a investigação policial, recaem sobre um dos suspeitos, de 55 anos, o qual figura como suspeito em pelo menos três inquéritos policiais.
Central de fake
O cumprimento dos mandados conta com apoio das equipes da Gerência de Combate ao Crimes Organizado (GCCO), Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor) e Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz), sob a coordenação da DRCI.
As ordens judiciais têm o objetivo de instruir inquéritos policiais que tramitam na DRCI quanto à produção e disseminação de notícias falsas e de cunho ofensivo por meio da rede social/aplicativo de mensagens e outros meios em desfavor das vítimas.