Operação investiga empresa de combustível por fraude bilionária em Mato Grosso

0

Polícia Civil deflagrou na manhã desta sexta-feira (17) a Operação Barril Vazio, que tem como objetivo cumprir 5 mandados judiciais para investigar uma empresa formuladora de combustível por organização criminosa, cujo o prejuízo aos cofres públicos podem chegar até meio bilhão/ano, além de proteger as atividades regulares do segmento do petróleo.

A operação foi deflagrada pela Delegacia Especializada de Crimes Fazendários (Defaz) e cumpre 4 mandados de busca e apreensão e um de suspensão cautelar de pessoa jurídica nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Mirassol D’Oeste e em Santa Cruz do Rio Pardo (SP).

Investigadores apuram a possível organização criminosa, uso de documentos falsos, falsidade ideológica contra o Estado de Mato Grosso, por meio dos sócios/administradores da empresa, que vem representando enorme risco para ordem tributária com o começo das atividades, além de prejuízo ao segmento.

Foi informado que a empresa alvo da ação foi construída de forma irregular em setembro de 2002. O capital declarado foi de R$ 840 mil. Dois meses depois, a primeira alteração contratual, promoveu um aumento do capital para R$ 13.198.990,00.

O valor de R$ 13 milhões foi justificado por meio da incorporação à sociedade de lotes de terras rurais, contíguos, localizados em Nova Ubiratã e registrados em Chapada dos Guimarães, mas, segundo apurado, seriam feitos de transação falsas.

Divulgação

Operação Barril Vazio

Investigação

No inquérito policial, evidenciou-se que nas escrituras públicas de compra e venda incorporadas ao contrato social da empresa, figurava como vendedora uma mulher, porém os imóveis rurais mencionados estão sobrepostos em áreas pertencentes a outras pessoas, conforme relatório técnico produzido pelos policiais civis.

As investigações apontaram que em relação a situação cadastral da fictícia vendedora, foi utilizado pelos criminosos uma identidade falsa, com dados de São Paulo, os quais posteriormente mostraram-se inexistentes, e apesar de constar que ela tenha nascido no ano de 1942, a inserção dos dados no sistema da Receita Federal só ocorreu em fevereiro de 2001, mesmo período da realização do registro do imóvel rural e lavratura das escrituras públicas, bem como da constituição das empresas, reforçando assim, a suspeita de que os documentos foram forjados para produzir fraudes.

Os elementos  apontam que os investigados  forjaram a elevação do capital social com o propósito de obter a autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para funcionar como formuladores de combustível, objeto para o qual se exige capital social mínimo de R$ 20 milhões para atendimento da solicitação, utilizando-se de uma supervalorização dos imóveis para simular liquidez.

Os indícios apontam ainda que a  empresa apresenta fraudes desde sua constituição, e mesmo assim o grupo praticou ao longo dos últimos anos  diversas alterações contratuais e mudanças nos valores de capital sobressaltados na irregularidade inicialmente realizada, com a entrada e saída de vários sócios, inclusive de outros estados da Federação.

Potencial lesivo

De acordo com a Sefaz-MT, a conduta dos investigados  apresenta imenso potencial lesivo ao Estado de Mato Grosso, visto que o impacto fiscal de sua atuação no estado seria da ordem de meio bilhão de reais por ano, baseado nas informações juntadas pela referida empresa, cuja a intenção é a formulação de 233.280 m³ de gasolina tipo “A” e de 285.120 m³ de diesel tipo “A”.

O risco fiscal mencionado é hoje da mesma ordem do que é recolhido devidamente aos cofres públicos pelos fornecedores presentes no mercado de Mato Grosso, e que passariam a temerária incerteza ou indefinição do recolhimento por um estabelecimento que já nasceu fraudulentamente.

Divulgação

Operação Barril Vazio

Nome da operação

O nome da operação se deu em virtude da falsa aparência de solidez passada pelos investigados a fim de conseguirem seu registro como formuladores, importadores e exportadores de derivados de petróleo, o que seria análogo à compra de um barril de petróleo que posteriormente se descobre estar sem conteúdo.

 

A ação contou com a presença de fiscais da Secretaria de Estado de Fazenda e apoio operacional de  policiais da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), Gerência de Operações Especiais (GOE), Diretoria do Interior e da Polícia Civil do Estado de São Paulo, por meio da Delegacia de Polícia de Santa Cruz do Rio Pardo. (Com assessoria de imprensa)

Deixe seu comentário

Please enter your comment!
Please enter your name here