Nos 155 anos de Várzea Grande, Kalil Baracat presenteia a população com dois presentes amargos, aumento da tarifa de ônibus e agora a água.
Qual o pior presente? A água que nem chega nas torneiras das casas dos várzea-grandenses, ou a tarifa de ônibus que a população nem foi consultada?. Na calada dos festejos da cidade, Kalil manda publicar em Diário Oficial o aumento destas tarifas, que faz a diferença no bolso dos trabalhadores, que usam o transporte coletivo, e os que não tem a água na torneira. Duas situações sofríveis. O argumento para os aumentos são baseados em estudos, que nem sequer foram publicados, ou dado publicidade para justificar o aumento. A população engole seco, e é pega de surpresa, agora com menos dinheiro para poder comer e sobreviver.
O Aumento foi aprovado pelo Conselho Municipal de Saneamento Básico (CMSB), de Várzea Grande, com a nova tarifa de água e esgoto em quase 18%. A medida foi publicada no Diário Oficial dos municípios ontem.
Segundo a prefeitura, essa mudança na cobrança do valor vem após mais de três anos sem reajuste devido à pandemia de Covid-19 e a contração de dívidas financeiras que estrangularam o investimento no setor.
De acordo com o Departamento de Água e Esgoto (DAE) do município, há aproximadamente 80 mil residências com cadastro regular e outros 37 mil imóveis estão em situação irregular, o que dificulta a fiscalização do consumo de forma justa.
Atualmente, tem cinco Estações de Tratamento de Água (ETAs) em funcionamento, sendo que duas eram privadas e agora o DAE assumiu a administração. Outras duas ETAs devem ser construídas pela atual gestão.
O DAE informou que não está buscando majorar a tarifa com ganho econômico, mas busca uma atualização monetária das perdas acumuladas ao longo dos últimos anos.
Desde 2019, o DAE não faz reajuste nas tarifas, o que tem comprometido substancialmente os serviços e parte dos problemas da cidade decorrem da dificuldade financeira para robustecer os investimentos na área.
Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, Várzea Grande está em 8º lugar no ranking das cidades com os piores indicadores de saneamento básico no país. Os dados apontam que o município está há oito anos entre as 20 piores cidades em relação aos indicadores neste setor.
Parte desta colocação também se deve às informações desatualizadas no Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Segundo o Trata Brasil, o documento considera os dados mais recentes do SNIS, referentes ao ano de 2020. De acordo com os dados, apenas 29,8% da população de Várzea Grande tem coleta de esgoto.
Veja a resolução autorizando o reajuste:
RESOLUÇÃO Nº 001/2022/CMSB
Dispõe sobre a aprovação do reajuste da tarifa de água e esgoto, e dá outras providências.
O CONSELHO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO – CMSB, no
uso das suas atribuições legais, nos termos da Lei Municipal n.º 4.287/
2017, após deliberação.
RESOLVE:
Art. 1ºAprovar o reajuste de água e esgoto de Várzea Grande em 17,78%.
Art. 2ºEsta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Várzea Grande – MT, 05 de maio de 2022.
CARLOS ALBERTO SIMÕES DE ARRUDA
Presidente
THIAGO COELHO DA CUNHA
Secretário