PF deflagra operação contra organização criminosa dentro da penitenciária : TJ bloqueia R$ 12 mi de alvos

Operação cumpre 21 mandados de prisão e 13 de busca e apreensão em quatro estados

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A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta sexta-feira (5), a Operação Parasita, que investiga uma organização criminosa liderada por um preso conhecido da Penitenciária Central do Estado (PCE).

O esquema envolve tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes conexos. Estão sendo cumpridas 21 ordens judiciais de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em quatro estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraíba e Pernambuco

Os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Além destas medidas, a Justiça determinou ainda o bloqueio de até R$ 12 milhões nas contas dos investigados, além do sequestro de diversos imóveis, valores em espécie e veículos pertencentes aos criminosos.

No decorrer das investigações ficou demonstrado que os alvos atuavam no tráfico de drogas em diversos municípios de Mato Grosso, dentre eles Barra do Bugres, Alto Paraguai, Jaciara, Nova Olímpia, Feliz Natal e Nova Mutum.

Nestas cidades, qualquer traficante que pretendesse comercializar entorpecentes deveria ser previamente autorizado pelos líderes, sendo obrigado a adquirir a droga diretamente do grupo.

O grupo era responsável pela carga de cerca de 500kg de maconha, apreendida em 26/07/2019, em Rondonópolis/MT. Na oportunidade, apenas duas adolescentes tinham sido apreendidas quando mantinham a droga em depósito a mando dos líderes da organização investigada.

As investigações apontaram ainda que a organização criminosa funcionava como uma espécie de franquia do crime, com conexões e relações comerciais com outras organizações criminosas, dentro e fora de Mato Grosso. O grupo organizava a logística de fornecimento de entorpecentes a integrantes de outras organizações atuantes na região nordeste do Brasil.

Os integrantes pagavam taxas mensais e eram obrigados a repassar boa parte dos lucros das atividades aos líderes. A organização criminosa investigada possuía setor operacional, contábil e financeiro. Os principais membros, que já se encontravam presos, contavam com a ajuda de outros em liberdade para executarem suas ordens, recolhimento de dinheiro, distribuição de drogas e fiscalização das movimentações financeiras.

R$ 18 milhões

Por meio de autorização judicial, foram constatadas volumosas movimentações em dinheiro em nome de vários investigados.

O somatório dos valores que circulou nas contas no período de 2018 a 2020 superou R$18 milhões.

Nenhum dos investigados possui rendimentos lícitos conhecidos que possam justificar os altos valores movimentados, sendo que alguns deles, inclusive, recebiam benefício assistencial do governo.

A operação foi batizada de “Parasita” em razão das características da organização criminosa e seu principal líder, que se utilizava dos demais integrantes e até mesmo da estrutura de outra organização criminosa local em suas empreitadas criminosas, sempre visando aferir lucros, isoladamente.

A operação é realizada por meio da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso.

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