PF e MPF/MT deflagram operação para esclarecer possíveis irregularidades envolvendo Cooperativa de Médicos em Cuiabá

São cumpridos seis mandados de prisão temporária, mandados de busca e apreensão, afastamento de sigilos telemático, financeiro e fiscal, bem como o sequestro de bens dos investigados

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Cuiabá/MT. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em Mato Grosso deflagraram nesta quarta-feira (30/10) a Operação Bilanz, com o objetivo de esclarecer possíveis irregularidades envolvendo Cooperativa de Médicos em Cuiabá, durante a gestão do quadriênio 2019-2023.

As investigações identificaram indícios de práticas ilícitas relacionadas à gestão financeira e administrativa da entidade, incluindo a apresentação de documentos com graves irregularidades contábeis à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Assim, estão sendo apurados os crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Dentre as medidas cumpridas na operação, decretadas pela 5º Vara Federal Criminal de Cuiabá/MT, há seis mandados de prisão temporária, de ex-administradores e prepostos da entidade, além de mandados de busca e apreensão, afastamento de sigilos telemático, financeiro e fiscal, bem como o sequestro de bens dos investigados. As diligências estão sendo cumpridas nos estados de Mato Grosso e Minas Gerais.

A PF e o MPF/MT reafirmam seu compromisso no combate à criminalidade econômico-organizada e com a promoção da integridade na administração de operadoras de saúde.

O Médico Rubens Oliveira foi preso em Minas Gerais. Além dele, também foram alvos o ex-CEO da Unimed Cuiabá, Eroaldo Oliveira, e Ana Paula Perizotto, que era superintendente administrativo-financeira da instituição na época dos fatos.

Além de Rubens, foram alvos da ação o ex-CEO da Unimed Cuiabá, Eroaldo Oliveira, e Ana Paula Perizotto, que era superintendente administrativo-financeira da instituição na época dos fatos.

Também estão na lista Suzana Aparecida Rodrigues dos Santos Palma, Jaqueline Proença Larrea e Tatiana Gracielle Bassan Leite.

Suzana era diretora administrativo-financeiro. Já Jaqueline era chefe do departamento jurídico e Tatiana atuava como chefe do Núcleo de Monitoramento de Normas.

Investigação identificou práticas ilícitas da gestão financeira e administrativa da entidade. Uma delas, foi observada nos documentos contábeis apresentados à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Os investigados ocultaram um déficit de cerca de R$ 400 milhões no balanço patrimonial da entidade em 2022. Agora, a PF e o MPF apuram crimes de falsidade ideológica, estelionato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.    O MPF requereu o cumprimento de mandados de busca e apreensão, afastamento de sigilos telemático, financeiro e fiscal, além do sequestro de bens dos investigados.

Os 6 alvos de prisão são todos ex-administradores e prepostos da entidade, mas os nomes não foram confirmados. “As autoridades manterão o público informado sobre os desdobramentos da operação, respeitando os limites legais de divulgação”, diz o MPF.

A Unimed Cuiabá – que é a operadora de saúde suplementar de maior abrangência do Estado, com 220 mil usuários, possuindo 60% de market share e tendo 1.381 médicos cooperados – descobriu um prejuízo contábil de R$ 400 milhões.

Em março de 2023, após uma disputa eleitoral histórica na qual os cooperados elegeram o médico urologista Carlos Bouret para presidir a Unimed Cuiabá, deu-se início à descoberta de uma série de anormalidades que estavam sendo cometidas pela gestão anterior, que tinha como presidente o médico Rubens de Oliveira.

Além de Rubens, a ex-gestão era composta pelo ex-CEO, Eroaldo Oliveira, e o ex-presidente do Conselho de Administração, João Bosco Duarte.

Em 27 de junho, os cooperados reunidos em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) tiveram conhecimento dos resultados apresentados pela auditoria, PP&C Auditores Independentes, quanto ao balanço revisado. Conforme relatório, existia uma perda de aproximadamente R$ 400 milhões no balanço fiscal de 2022, contrapondo os R$ 371,8 mil positivos que haviam sido apresentados pela gestão anterior.

As irregularidades apontadas pela auditoria contratada evidenciaram uma administração incorreta, que comprometeu a saúde financeira da Unimed Cuiabá. Dentre pontos críticos estavam a construção de dois empreendimentos – a sede do hospital próprio e um espaço de cuidados terapêuticos – que custaram R$ 95 milhões e não foram entregues em sua totalidade.

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