A Polícia Federal pediu a quebra de sigilo bancário do ex-governador e candidato ao Senado, Pedro Taques (Solidariedade), no inquérito que investiga a suposta prática de “caixa 2” na campanha eleitoral de 2014, quando ele venceu a eleição para o Palácio Paiaguás. A quebra de sigilo deve fornecer informações da movimentação bancária dele entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015.
O requerimento foi encaminhado à 51ª Eleitoral de Mato Grosso pelo delegado André Monteiro da Silva no dia 14 de setembro. O procedimento investiga os fatos delatados pelo empresário Alan Malouf, que revelou um esquema de “caixa 2” na campanha de Taques, através de doações de um grupo de empresários.
Segundo a delação, os recursos eram utilizados para alavancar a campanha do então tucano ao Governo do Estado de Mato Grosso. Segundo Malouf, os empresários Eraí Maggi, Erivelto Gasques, Fernando Minosso, Juliano Bortoloto, Marcelo Maluf, Julio Modesto, além dele próprio, faziam parte do grupo para captação de recursos destinados à campanha de Taques.
“Alan Malouf introduziu suas declarações consignando que em meados de março de 2014, o Sr. Pedro Taques o procurou informando o desejo de disputar o Governo do Estado de Mato Grosso. Nesta ocasião, solicitou ao declarante o seu apoio financeiro, bem como auxílio na captação de recursos financeiros junto ao setor empresarial para viabilizar a campanha eleitoral de Pedro Taques ao cargo de governador”, cita o documento.
“Em relação aos fatos do presente Inquérito Policial, o declarante afirma que ao fim da campanha eleitoral de 2014, restou um saldo a pagar, sendo que constavam entre os credores e seus respectivos créditos aproximados”, cita outro trecho do despacho.
O pagamento da dívida foi intermediado pelo ex-secretário de Gestão, Julio Modesto, que orientou Taques a fazer um empréstimo junto a pessoa identificada como Claudio Pereira da Silva. O empréstimo, no valor de R$ 1,3 milhão, foi feito em nome de Alan Malouf.
“Verifica-se que os pagamentos dos restos a pagar foram realizados por intermédio de contrato de mútuo firmado entre Alan Ayoub Malouf E Claudio Pereira da Silva no dia 02/01/2015, no valor de R$ 1.350.000,00 (hum milhão, trezentos e cinquenta mil reais). Tal pagamento foi realizado por intermédio de vários cheques emitidos em nome de Claudio Pereira Da Silva, que ficaram na posse de Julio Modesto”, cita outra trecho.
SIGILO BANCÁRIO
Além do afastamento do sigilo bancário de Taques, a Polícia Federal requereu a quebra contra as pessoas de Claudio Pereira da Silva, Gustavo Vandoni da Silva Pereira, Odenil da Silva Mello e Jose de Neves Gontijo.
De acordo com o Relatório de Inteligência Financeira formulado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Gustavo Vandoni foi responsável por sacar a quantia de R$ 130 mil em janeiro de 2015. O montante foi repassado por Claudio Pereira.
Odenil da Silva Mello foi responsável por sacar e depositar a quantia de R$ 200 mil no mês de janeiro de 2015, sendo este valor também oriundo de Claudio Pereira.
Já Jose de Neves Gontijo, secretário-adjunto de Gestão da Prefeitura Municipal de Cuiabá durante a gestão do ex-prefeito Francisco Galindo, foi responsável por depositar a quantia de R$ 147 mil no mês de janeiro de 2015, sendo este valor originário do Claudio Pereira.
OUTRO LADO
Por meio de nota, o ex-governador citou que não acompanhava o recebimento de recursos na campanha de 2014, quando concorreu ao Governo. “Ainda assim, tem certeza de que os responsáveis não fizeram nada de errado”, diz.
Ele ainda criticou o fato da investigação sob sigilo vazar durante o período eleitoral, quando ele decidiu ser candidato ao Senado. Também disse que se coloca a disposição das autoridades, desde janeiro de 2019, para ser ouvido em qualquer processo ou investigação em que é citado.
“Vem solicitando sistematicamente para ser ouvido por toda e qualquer autoridade legal, para todo ou qualquer fato, por entender que não pode limitar o exercício de defesa de sua reputação, apenas por meio de notas a veículos de comunicação”, coloca.
Íntegra da nota
Quando candidato ao governo de Mato Grosso em 2014, Pedro Taques, então no PDT, não tratava de recebimento de recursos. Ainda assim, tem certeza de que os responsáveis não fizeram nada de errado.
Fato é que já se passaram 6 anos em que o tema é apurado, destaca-se, apurado, ou seja, sequer é um processo, e que até hoje não revelou nada de errado que tenha sido conduzido em 2014.
Taques lamenta que a apuração, a qual está sob segredo de justiça, determinado pela Justiça, reapareça pautado no momento em que coloca seu nome para o sufrágio popular.
Pedro Taques destaca ainda que seu jurídico já está tratando do assunto e que, desde 01/01/2019, vem solicitando sistematicamente para ser ouvido por toda e qualquer autoridade legal, para todo ou qualquer fato, por entender que não pode limitar o exercício de defesa de sua reputação, apenas por meio de notas a veículos de comunicação.
Onde prevalece a verdadeira Justiça, ou seja, frente as autoridades legais. É o que sempre confia.