Os celulares e documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF) na Operação Argentparius, deflagrada nesta quarta-feira (1º), vão passar por perícia no setor técnico e científico da PF para identificar outros integrantes da organização criminosa. O grupo é suspeito de ter movimentado mais de R$ 500 milhões usados para financiar diversas atividades criminosas.
Na operação, que teve o município de Rondonópolis (212 km de Cuiabá) como um dos principais alvos para cumprimento das ordens judiciais contra pessoas que atuavam no esquema como um banco paralelo permitindo aos envolvidos a praticarem crimes de tráfico de drogas, contrabando de agrotóxico, roubo e adulteração de carga de insumos agrícolas. Dos 29 mandados de busca e apreensão espedidos pela Justiça Federal, 23 foram cumpridos em Rondonópolis,local onde quatro pessoas foram presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
Outros 4 foram cumpridos em Cuiabá enquanto nas cidades de Paranavaí (PR) e Santana do Araguaia (PA), foram cumpridas uma ordem judicial, em cada uma. De acordo com a Polícia Federal, também foram apreendidos 10 veículos, dentre eles quatro carros de luxo, bem como 400 quilos de agrotóxico de origem desconhecida que estavam dentro de embalagens de fertilizantes numa fazenda situada em Rondonópolis.
Conforme o delegado Jener da Gama Barroso, o banco paralelo auferia renda oriunda de crime e para dar uma aparência de licitude nesses valores movimentados, os integrantes da organização criminosa se valiam de empresas fantasmas e também da figura de pessoas interpostas, conhecidos como laranjas. Dentre as empresas de fachada foram identificadas uma transportadora e uma empresa ligada ao agronegócio.
Os chefes da quadrilha ostentavam bens incompatíveis com suas rendas. “Somente entre o alvo principal e o segundo foram movimentados mais de R$ 220 milhões. A julgar pela renda declarada e pelas atividades ilícitas que eles desempenhavam, isso claramente era incompatível com o montante movimentado”, disse o delegado da PF.
O principal alvo da Operação Argentarius foi o empresário Marcos Rogério Araújo Nogueira, o “Marquinhos Borracheiro”. Ele está entre as quatro pessoas presas em flagrante por porte ilegal de arma de fogo.
Em 2017, Marquinhos foi preso em Rondonópolis por dirigir uma Ferrari em velocidade acima da permitida e fazendo ziguezague na Avenida Lions Internacional, na região central da cidade. Na ocasião, estava supostamente embriagado. Meses depois, adquiriu um Chevrolet Corvett, avaliado em 500 mil.