A Polícia Federal prendeu em Uberlândia (MG), nesta sexta-feira (19), o hacker suspeito do maior vazamento de dados do Brasil. De acordo com a investigação, Marcos Roberto Correia da Silva, conhecido como Vandathegod, é responsável pela divulgação de informações de 223 milhões de brasileiros.
A operação da PF, batizada de Deepwater, cumpre os seguintes mandados judiciais:
- Petrolina (PE): 4 mandados de busca e apreensão
- Uberlândia (MG): 1 mandado de busca e apreensão e 1 mandado de prisão preventiva
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da PF. Em 28 de janeiro, a polícia recebeu pedido da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) para abrir a inquérito sobre o caso. A investigação é realizada pela Diretoria de Inteligência Policial da Polícia Federal.
A suspeita é que autoridades públicas estejam entre os alvos dos criminosos. A PF também apura a participação do hacker conhecido como “JustBR” na divulgação e comercialização dos dados sigilosos.
Os investigadores identificaram que, em 2021, dados sigilosos de pessoas físicas e jurídicas foram disponibilizados em um fórum na internet. A página é especializada em troca de informações sobre atividades cibernéticas.
Nesse site, eram apresentadas informações de pessoas físicas e jurídicas, como CPF e CNPJ, nome completo e endereço.
De acordo com a PF, a divulgação de parte dos dados sigilosos foi feita gratuitamente por um usuário do fórum que, ao mesmo tempo, expôs a venda o restante das informações sigilosas — elas poderiam ser adquiridas com criptomoedas.
Após diligências, a Polícia Federal identificou o hacker suspeito de obter, divulgar e comercializar os dados, assim como outro hacker que estaria vendendo os dados por meio suas redes sociais.
Nesta sexta, os policiais apreenderam equipamentos eletrônicos, como dispositivos de armazenamento e um computador .
Invasão ao TSE
Marcos Roberto Correia da Silva, o hacker conhecido como Vandathegod, também foi alvo de um mandado de busca e apreensão na operação “Exploit”, que prendeu em novembro de 2019 o hacker suspeito de invadir sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Ele é investigado por ter participado da invasão que expôs informações administrativas de ex-servidores e ex-ministros do TSE no primeiro turno das eleições municipais de 2020.
A Justiça Eleitoral também determinou a proibição de contato entre ele e outros hackers investigados na operação Exploit.
Marcos Roberto Correia da Silva também é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais por invasão de dispositivo e estelionato.