Uma carga de 17 toneladas de materiais de construção foi apreendida em uma operação da Delegacia Especializada em Roubos e Furtos (Derf) de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá.
A apreensão ocorreu no dia 26 de setembro e a operação foi divulgada nesta sexta-feira (4).
Segundo o delegado Wilyney Santana Borges, a ação policial evitou um prejuízo de R$ 103.318,02. Os materiais foram adquiridos com cartões de crédito clonados.
A carga foi comprada em uma loja da cidade com cartões de crédito clonados, totalizando o valor de R$ 61.286,20.
Na mesma ação, a loja de materiais de construção, que ainda desconhecia o golpe, foi advertida não entregar uma outra compra feita na loja pela quadrilha de estelionatários no valor de R$ 42.032,00.
As investigações iniciaram quando policiais civis receberam a informação de que uma quadrilha de estelionatários estava comprando materiais de construção em uma empresa da cidade e em pagamento repassavam dados de cartões de crédito clonados de terceiros, parcelando a compra, dizendo que retirariam a mercadoria na loja.
De acordo com o delegado, para não chamar atenção dos vendedores, os estelionatários disseram que haviam recebido como herança uma fazenda situada no município de Água Boa, a 736 km de Cuiabá, e que reformariam as instalações já existentes, necessitando assim de grande quantidade de material de construção.
Para finalizar a compra, os suspeitos repassavam os dados necessários dos cartões de crédito para a empresa e, após a aprovação das vendas, os estelionatários entravam em contato com caminhoneiros que fazem frete na cidade de Barra do Garças, contratando o serviço.
Quando a mercadoria era retirada da loja, em tese, para ser levada a cidade de Água Boa, os golpistas novamente entravam em contato com o caminhoneiro que havia retirado os materiais, dizendo que seria necessário fazer o transbordo da mercadoria para outro caminhão, pois seguiram para destino diverso do constante da nota fiscal.
As mercadorias eram colocadas em outro caminhão ainda na cidade de Barra do Garças em uma rua com pouco movimento, próximo ao Fórum da cidade.
A quadrilha entrava em contato com outros caminhoneiros que fazem frete em Goiânia (GO) e contratavam os serviços. Quando a mercadoria chegava naquela cidade, os criminosos diziam para o caminhoneiro que seria necessário fazer o transbordo da mercadoria para outro caminhão, o qual tomava rumo ainda ignorado.
Segundo o delegado, a princípio, os caminhoneiros também foram enganados pela quadrilha que comandava todas as suas ações através de telefonemas e aplicativos, sendo que nem os vendedores e tampouco os caminhoneiros tiveram contato físico com o suposto dono da mercadoria.
Os investigadores descobriram que o grupo criminoso já tinha conseguido comprar, entre 16 e 23 de setembro, a quantia de R$ 216.086,86 em mercadorias na mesma empresa e já tinham conseguido retirar os produtos da loja, trazendo assim grande prejuízo financeiro.
Os investigadores descobriram que entre as vítimas que tiveram seus cartões de crédito clonados, está um juiz que atua na área criminal em São Paulo.
Segundo as investigações, os estelionatários pretendiam comprar mais de R$ 1 milhão em mercadorias utilizando cartões clonados.