Os trabalhos da operação Luger, que desarticulou uma organização criminosa integrada por traficantes e pistoleiros, na região de Pontes e Lacerda (448 km a Oeste), foram concluídos nesta semana. A investigação comandada pelas Delegacias Regional e Municipal de Pontes e Lacerda indiciou seis criminosos e pediu a conversão a prisão preventiva dos envolvidos na morte de sete pessoas, sendo uma delas uma crianças de 2 anos.
Foram indiciados os suspeitos: Fabrício Gomes Gonzaga, 31, (que tinha dois mandados), Lázaro Vieira Rodrigues, 37, ambos pela prática de homicídio qualificado, motivo torpe, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima e associação criminosa armada, ainda Natália Putare Oliveira, 21, (mulher de Lázaro), Maria Aparecida da Silva Lima, 57, Guilhermina Gonçalves, 46, e seu filho Guibson Gonçalves, 24, por estarem associados aos crimes.
Todos tiveram pedido de conversão da prisão temporária (que já tinha sido prorrogada por mais 30 dias) para prisão preventiva. Na ocasião da operação, um homem de 62 anos também foi preso, mas foi solto e não teve indiciamento contra ele.
A operação foi deflagrada no dia 22 de novembro de 2018 para o cumprimento de oito mandados de prisões temporárias (30 dias) e nove buscas e apreensão contra os criminosos que estão diretamente ligados a homicídios dolosos de pelo menos sete pessoas, assassinadas nos anos de 2016, 2017 e 2018.
Os criminosos usaram três armas de fogo para a execução das vítimas, armas modelo pistola da marca Luger, daí o nome da operação deflagrada em quatro cidades de Mato Grosso (Vila Bela da Santíssima Trindade, Nova Lacerda, Conquista do Oeste e de Pontes e Lacerda) e uma de Goiás (Mozarlândia).
A organização é apontada também na autoria de um oitavo homicídio, descoberto após a operação. A vítima é Vilker Thomaz Leite Ribas, 20 anos, morta em 16 de setembro de 2014 de forma semelhante aos crimes investigados na operação. Dois homens armados em uma motocicleta efetuaram disparos contra a vítima que estava sentada em uma calçada. Vilker é irmão de Vlader Ronaldo Leite Ribas, 19 anos, assassinado em 13 de agosto de 2016.
“Todas as mortes estão ligadas por envolvimento com a criminalidade, com exceção de Francisco Barros de Lima, que foi morto por vingaça”, disse o delegado, Rafael Mendes Scatolon.
O suspeito Lázaro é apontado como uma das lideranças criminosas. Ele teve o mandado de prisão cumprido em Mozarlândia (GO), onde também sua mulher, Natália Putare Oliveira, foi presa. Após a operação, Lázaro tentou fugir da unidade prisional, cerrando a grade da cela. Ele flagrado por agentes prisionais que solicitaram sua remoção para outro presídio de Goiás, onde é mantido preso por tráfico de drogas e também pelos mandados referentes a homicídios em Mato Grosso.
Lázaro já tinha sido preso na cidade de Heitoraí, estado de Goiás, após ser flagrado com mais de 200 quilos de droga e armas de fogo. Na mesma ocasião, outros dois comparsas e executores (Wemerson Bruno Gonçalves (Bidú) e Weverson Gonçalves da Costa (Nenê)) foram mortos durante o confronto ocorrido no dia 15 de março de 2018, no município goiano de Heitoraí.
Na investigação da operação Luger ficou confirmado que os dois traficantes mortos integravam a organização criminosa e estão relacionados aos homicídios cometidos em Pontes e Lacerda, por conta do tráfico de drogas.
Outro ponto esclarecido foi que uma das vítimas, Francisco Barros de Lima, foi assassinada por vingança. O autor do crime é Lázaro Vieira Rodrigues, que teria cometido o homicídio em vingança a morte de seu irmão Antônio Vieira Rodrigues, ocorrido em 1999, na cidade de Pontes e Lacerda.
Ao todo, integram a operação, seis inquéritos que apuram sete assassinatos (seis vítimas masculinas adultas e uma menina de 2 anos que foi morta junto com o pai).
“Embora os inquéritos tenham sido concluso, a investigação continua para apurar esse oitavo homicídio”, afirmou o delegado.