ministro João Otávio Noronha, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou pedido de liberdade ao ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá, Flávio Alexandre Taques, alvo da 2ª fase da Operação Sangria. A decisão foi proferida na tarde da última quinta (3).
Flávio se entregou à polícia na manhã de quarta (2), após passar duas semanas foragido. Ele foi um dos alvos de mandados de prisão solicitados pela Delegacia Fazendária (Defaz), responsável pelas apurações da Sangria.
No dia da operação, de acordo com a investigação, ele queimou documentos em uma churrasqueira e fugiu de carro, com suporte de uma servidora pública municipal.
Logo após se entregar, Flávio passou por audiência de custódia, na qual foi mantida a prisão dele. A defesa do ex-secretário, então, protocolou pedido de habeas corpus no STJ, para que ele conseguisse a liberdade, benefício concedido a outros presos da segunda fase, como Huark Douglas.
O presidente do STJ, porém, não acolheu o pedido da defesa de Flávio e negou a medida liminar. Em razão do período de recesso, a íntegra da decisão não foi divulgada. A decisão foi monocrática, ou seja, avaliada somente por um ministro. Na próxima semana, a Sexta Turma do STJ deve analisar o pedido novamente. Para isso, foram solicitadas informações sobre o processo que envolve Flávio ao Tribunal de Justiça (TJ-MT). F
Flávio, que atuava na equipe de Emanuel Pinheiro (MDB), foi exonerado pelo emedebista na data em que foi deflagrada a segunda fase da Sangria.
De acordo com as investigações da Defaz, o grupo criminoso, supostamente liderado por Huark Douglas e sócios de empresas prestadoras de serviço à saúde, é uma “organização criminosa que montou um esquema para monopolizar a saúde no Estado de Mato Grosso, por meio de serviços médicos hospitalares”.
A Sangria apura fraudes em licitação, organização criminosa e corrupção ativa e passiva envolvendo as empresas Proclin e a Qualycare.
Flávio é suspeito de integrar a organização criminosa ao lado do irmão, Fábio Taques Figueiredo – que foi preso e responde em liberdade. Segundo as apurações, o ex-secretário era braço-direito de Huark e teria articulado a destruição de provas dos crimes contra os cofres públicos.
De acordo com as declarações de uma testemunha, Flavio Taques, atendendo os interesses da organização criminosa, teria dificultado a apuração do levantamento dos serviços prestados pelos contratualizados, retirando servidores que detêm informações da contratualização e fornecimentos de medicamentos e mandando para outros setores.
Segundo as apurações da Defaz, Flávio e Huark, junto com Fábio Liberali Weissheimer e Luciano Ribeiro, que são médicos, o empresário Adriano Sousa e demais comparsas, integram quadrilha que vinha monopolizando a saúde. Todos os alvos da segunda fase da operação já estavam em liberdade, por meio de decisão provisória da Justiça, quando Flávio foi preso.