Quase imbatível em jogos oficiais, Tite tem ‘alívio’ com fim de amistosos

A vitória sobre a Coreia do Sul encerrou jejum de cinco jogos sem vitória da seleção brasileira e diminuiu pressão sobre o treinador

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Brasil encerrou jejum de cinco jogos sem vitória nesta terça-feira 19, ao vencer a Coreia do Sul por 3 a 0, em partida amistosa nos Emirados Árabes. O triunfo aliviou a pressão sobre o técnico Tite, que, embora tenha o melhor desempenho entre treinadores da seleção nos últimos 15 anos, afirmou estar insatisfeito com a sequência ruim após a conquista da Copa América.

“Minha expectativa era de melhores resultados. Estávamos melhores, criando oportunidades para sair na frente da Argentina, mas não aconteceu. Jogos dessa proporção te massacram. Hoje, conseguimos uma boa performance. A vitória nos deixa feliz”, declarou, em coletiva

Tite é quase imbatível em seu retrospecto pela seleção em competições oficiais (veja no gráfico abaixo). A única – e mais dolorida – partida que o treinador gaúcho perdeu em torneios oficiais foi contra a Bélgica, por 2 a 1, pelas quartas de final da Copa do Mundo da Rússia, no ano passado. O rendimento da equipe, porém, caiu nos últimos meses e tem sido criticado por torcedores, que tem perdido o interesse em assistir aos jogos do Brasil. “Gostaria de ter mais publico. Imaginei que pudesse ter mais. É uma variável que tem importância”, desabafou o treinador.

Tite tem 74,6% de aproveitamento em amistosos pela seleção, mas boa parte deles é contra times de menor expressão. A Coreia do Sul, adversária desta terça, por exemplo, foi a campo com uma escalação alternativa e, mesmo assim, impôs dificuldades ao Brasil. Apesar do resultado, a equipe asiática finalizou em treze oportunidades, três a menos que os brasileiros. O goleiro Alisson, no entanto, foi exigido em cinco chutes, enquanto Hyung-Woo Cho teve quatro disparos contra sua meta – três convertidos em gol.

“Incomoda não termos alto nível. Não estou satisfeito com os resultados, mas tenho de ser casca grossa. Se eu ficar desequilibrado, se não tiver experiência, coloco os jogadores em pressão para conseguir resultados. Mas conheço o processo, as etapas. Temos de saber ficar com foco no trabalho e oportunizar. Eu ensaio e erro. As vezes, encontro a solução por eliminação”, justificou Tite.

Além do futebol monótono, de pouca criação, uma das principais críticas a Tite é a falta de oportunidades a jogadores promissores, como o atacante Rodrygo, do Real Madrid, que entrou no jogo contra a Coreia apenas nos quatro minutos finais, e o lateral Renan Lodi, do Atlético de Madri, destaque nesta terça, mas reserva contra a Argentina. Segundo o treinador, é preciso ter cuidado com os jovens jogadores.

“No time titular de hoje, haviam seis jogadores Sub-23. Tenho de ter um cuidado para largar um jovem em uma seleção que está se reestruturando. Hoje, a equipe estava prestes a fazer o quarto, quinto gol, então não modifiquei. Dou oportunidades a quem já construiu um processo, passou por etapas, para que adquiram experiência e consigam estar preparados para jogos mais importantes. Agora podemos projetar as competições oficiais”, finalizou.

Para alívio – ou não – de Tite, a seleção brasileira agora terá muitos jogos oficiais pela frente: as Eliminatórias da Copa do Mundo, em março, setembro, outubro e novembro de 2020, além de outra edição da Copa América, que será realizada nos meses de junho e julho, na Argentina e Colômbia.

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