A seleção brasileira venceu a Arábia Saudita por 3 a 1, hoje (28), e garantiu classificação para as quartas de final do futebol masculino nas Olimpíadas de Tóquio. Os gols foram marcados por Matheus Cunha e Richarlison (duas vezes), enquanto Al-Amri descontou para o rival, em Saitama. Richarlison, aliás, se isolou na artilharia da competição com cinco gols. O resultado classifica o Brasil como líder do Grupo D com sete pontos somados. A Costa do Marfim avança em segundo e a atual vice-campeã olímpica Alemanha já fica pelo caminho.
O jogo das quartas de final das Olimpíadas será no sábado (31), às 7h, novamente em Saitama, contra adversário que será conhecido só depois dos jogos de 8h (de Brasília). Neste momento seria a Austrália, mas Espanha, Argentina e até Egito ainda disputam as vagas.
Como Douglas Luiz está suspenso, a seleção brasileira atuou com Matheus Henrique no meio-campo, o que obriga Bruno Guimarães a ficar mais recuado como primeiro volante. Apesar da mudança de posicionamento, o jogador do Lyon-FRA foi o destaque do time com uma precisão nas ações próxima de 90%, passes decisivos, bolas longas e disposição física. Foi premiado com uma assistência para Richarlison já no segundo tempo.
Problemas pelo alto
Há algo a ser resolvido na defesa da seleção em jogadas de bola aérea. Foram dois gols sofridos contra a Alemanha em falhas individuais de Santos e Diego Carlos e mais uma do zagueiro hoje no gol da Arábia Saudita, aos 26 minutos do primeiro tempo. Depois de uma falta cobrada pela direita, o zagueiro do Sevilla saltou, mas errou o tempo de bola e permitiu que Al-Amri aparecesse entre ele e Daniel Alves. Essa insegurança pelo alto e as decisões ruins de Diego Carlos precisam ser melhor trabalhados antes do mata-mata.
Só engrenou no fim Um movimento já conhecido da seleção nestas Olimpíadas rendeu as principais ações ofensivas contra a Arábia Saudita: com a bola, Claudinho sai da esquerda para o centro e abre o corredor para as passagens de Arana — o mesmo vale para Antony e Daniel Alves do outro lado. É uma estratégia, como qualquer outra, com perdas e ganhos. Primeiro o Brasil viu os ganhos, com o gol marcado por Matheus Cunha num escanteio gerado pela presença ofensiva de Arana. O lateral-esquerdo ainda serviu Antony numa bola rápida que terminou com cabeceio no travessão.
O empate dos sauditas saiu numa falha da defesa que já tinha sido observada na estreia contra a Alemanha, mas a dificuldade do Brasil no jogo estava além disso. É aí que aparecem as perdas do movimento que inibe os pontas: por precisarem abrir corredor, Antony e Claudinho não conseguiam finalizar as jogadas. Eles preparavam, abriam espaço e apoiavam os centroavantes pelo centro, mas faltava profundidade e chute. A melhor chance antes do intervalo foi com passe de Matheus Cunha que Antony recebeu dentro da pequena área e Al-Bukhari defendeu. Por mais que o problema fosse na estratégia, a solução de André Jardine.
Tanta paz que Richarlison fez um gol anulado por impedimento aos 44 e outro validado aos 47 num toque bonito de Reinier.
Os gols
Matheus Cunha marcou o primeiro gol da seleção brasileira aos 13 minutos do primeiro tempo. Na pequena área, ele cabeceou com estilo um escanteio cobrado por Claudinho pela esquerda. Al-Bukhari chegou a tocar na bola, mas não evitou o gol. Al-Amri empatou o placar aos 26 numa falta cobrada por Al-Faraj pela direita que ele cabeceou entre Diego Carlos e Daniel Alves na área do Brasil sem defesa para Santos. O Brasil voltou a ficar em vantagem aos 30 minutos do segundo tempo, com Richarlison. Daniel Alves cobrou falta pela esquerda e a zaga saudita.