O secretário de Estado de Educação, Alan Porto, registrou um boletim de ocorrência por constrangimento ilegal e ameaça contra Juscelino Dias de Moura, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Várzea Grande (Sintep/VG), após uma manifestação de professores na tarde de quinta-feira (16) contra o possível fechamento de escolas estaduais instaladas na cidade.
Ele foi ‘encurralado’ pelos profissionais. Os servidores impediram a saída de Porto da sede da Secretaria Municipal de Educação, onde ele participava de uma reunião técnica sobre divisão das unidades escolares da cidade.
No registro, ele contou que após o fim da reunião, um grupo de pessoas estava na porta da secretaria. Sabendo disso, chegou a convidar 4 representantes do ato para apresentar o planejamento sobre as reuniões, que estão programadas para acontecer a partir da próxima semana com as escolas e a comunidade escolar.
Os 4 se recusaram e informaram que ele teria que conversar com todos. Chovia forte no momento do fato e quando ele tentou entrar no carro oficial da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), foi cercado por manifestantes, que segundo ele, estavam liderados por Juscelino.
O grupo impediu a saída do secretário, que acionou reforço da Casa Militar para sair do prédio. Porto só conseguiu deixar o local com a ajuda de uma viatura descaracterizada. Ainda assim, narrou ter sido ameaçado pelos servidores, mas não citou quais ameaças recebeu.
Alunos remanejados
Os servidores reclamam da decisão da Seduc, que pretende fechar unidades escolares que atendem do 1º ao 6º ano do ensino fundamental. Com isso, os alunos devem ser remanejados para outras escolas da região metropolitana.
Entre elas, estão as escolas Licínio Monteiro, Mercedes Paula Soda e Ernandy Mauricio Baracat de Arruda (Nico Baracat). A pasta justifica que o fechamento visa o redimensionar a rede pública de ensino, em parceria com a prefeitura de Várzea Grande. No entanto, os profissionais alegam que a decisão foi tomada de forma isolada.
“A Prefeitura de Várzea Grande não tem condições para atender todos alunos da escola. Vai sobrecarregar o sistema e o ensino não chegará com a qualidade que tem ser. O Alan alega que houve o diálogo, mas é mentira. Dessa reunião de hoje, por exemplo, nós ficamos sabendo que aconteceria em cima da hora” , disse uma professora que preferiu não se identificar.
Ao Jornal A Gazeta, Gilmar Soares, da direção da subsede sindical em Várzea Grande, disse que a política de redimensionamento dita pela Seduc é uma ‘mentira’. O sindicato afirma também que já ingressou com uma ação contra o secretário Alan Porto.