Durante esta semana, 18 a 22 de outubro, a arte e a cultura do bioma Pantanal são o foco das atenções no Centro Sebrae de Referência do Artesanato Brasileiro (CRAB), na praça Tiradentes, no centro do Rio de Janeiro. Está acontecendo lá a Semana Pantaneira com uma programação totalmente gratuita com música, teatro, dança, oficinas sobre fazeres, gastronomia e muito mais. A ação faz parte das atividades paralelas da mostra Casa do Brasil Central, do Cerrado ao Pantanal, aberta em agosto e que chega agora ao final com este grande acontecimento organizado pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
A semana trabalha a economia criativa do Pantanal ligada ao grande valor do patrimônio histórico e cultural presente na exposição reunindo 6.400 obras de mais de 150 artesãos do Centro-Oeste, promovida pelo Sebrae de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal.
A Semana Pantaneira será aberta nesta terça-feira, 18/10, com uma confraternização para a qual foram convidados mato-grossenses que vivem no Rio de Janeiro. A ideia é reconectar essas pessoas ao patrimônio do Pantanal, fazer com que elas possam se conectar novamente com a cultura pantaneira, possam indicar o Pantanal como destino turístico, consumir os produtos da região e que possam formar, no Rio de Janeiro, uma rede estendida do ecossistema.
A programação começa com uma visita guiada à exposição, show do músico instrumentista Marcelo Loureiro, violeiro de Mato Grosso do Sul, que está entre os melhores do Brasil, e degustação do coquetel Sabores do Pantanal, preparado pelo chef de cozinha mato-grossense Marcelo Cotrim, um grande divulgador da cozinha e dos ingredientes regionais.
O grupo de teatro Tibanaré vai fazer com que as pessoas vivenciem gestos, falas – a história mais bonita que o Pantanal tem – e estarão acompanhados de dois dançarinos do grupo Flor de Atalaia.
Alunos do Colégio Estadual Mato Grosso, localizado em Brás de Pina, na Zona Norte carioca, vão visitar a exposição de 19 a 21. Serão 80 alunos por dia – 40 de manhã e 40 à tarde. O grupo Tibanaré vai para escola e durante o trajeto de 1 hora ensinará o que é Mato Grosso e o Pantanal.
Na programação destes dias serão feitos os workshops: Cerâmica – Faces do Pantanal Profundo, ministrado pelos ceramistas Nice Aretê e Cleide Rodrigues (MT), Andrea Lacet e Rodrigo Avalhães (MS), com manejo da argila e preparação de objetos cerâmicos baseados nas iconografias e memórias afetivas dos povos que formam o Pantanal (19/10).
No dia 20, às 15h, é a vez das oficinas Biojoias Bôloriê e Faixa Pantaneira: Narrativas Ancestrais do Centro-Oeste Brasileiro, com os grupos Inspiraê (MS) e Boloriê Umutina (MT), que combinarão processos artesanais de produção, em uma experiência de cocriação visual, que poderá ser levada pelo participante.
No dia 21, no mesmo horário, as redeiras do Limpo Grande, que integram a Associação de Redeiras – Tecearte (MT), comandam a oficina Customização: Redes, Rendas e Afetos Pantaneiros. Os participantes serão convidados a produzir uma pequena peça autoral com base no processo centenário das redes do Pantanal. O grupo participa do evento, graças à iniciativa da prefeitura de Várzea Grande, através da Secretaria de Cultura, cujo coordenador Wanderson Magalhães Farias acompanha o grupo.
Ainda no dia 21/10, às 16h, o auditório do CRAB recebe a vivência musical Paisagens Sonoras e Tessitura de Manoel de Barros, com o músico Daniel Baier e o mestre da viola de cocho Sebastião de Souza Brandão (MS); e o ator Maurício Ricardo (MT). Os artistas vão compor uma experiência interativa, que combina intervenção musical e teatralidade, em que os participantes serão convidados a cocriar um ambiente sonoro a partir dos versos do poeta pantaneiro.
O encerramento da programação será em frente ao CRAB, na Feira Tiradentes Cultural, no sábado, 22, com uma edição especial dedicada ao Pantanal. No roteiro, Encontro de Mestres Populares do Pantanal: Memórias e Vivências, com Sebastião de Souza Brandão (MS), Alcides Ribeiro e Grupo de Cururu de Santo Antônio do Leverger (MT), que vão mostrar aos presentes como é feita uma viola de cocho e vão revelar sua sonoridade, propondo uma vivência única a partir das memórias que formam o imaginário cultural da região (14h).
A gastronomia estará presente na Cozinha de Comitiva do Mato Grosso do Sul, uma imersão gastronômica. O Instituto Paulo Machado vai montar a estrutura original de uma cozinha completa do interior do Pantanal e seus pratos, como macarrão de comitiva e arroz carreteiro, entre outros (15h30).
A partir das 17h, haverá as apresentações musicais Pulsos e Vibrações do Coração do Brasil, com shows de Pescuma, Henrique e Claudinho, conhecidos como o melhor do rasqueado cuiabano, e do grupo Chalana de Prata, composto por Celito Espíndola, Paulo Simões e Guilherme Rondon, que traduzem o que vem a ser a música do Pantanal que leva alegria às festas de fazenda.
Toda essa movimentação tem como propósito criar uma rede de negócios, inserindo as pessoas que trabalham com economia criativa no bioma pantaneiro e que já estão sendo trabalhadas no Programa Pró-Pantanal, desenvolvido pelo Sebrae em MT e MS, com vistas a desenvolver a economia local de forma sustentável em todas as vertentes – econômica, social e ambiental.
Tudo isso faz parte da preparação das pessoas para integrar o turismo, as compras governamentais e uma cadeia de empresários de quem eles podem se tornar fornecedores.