O empresário Liandro Ventura da Silva se entregou há pouco na Superintendência da Polícia Federal de Mato Grosso. Ele estava foragido desde a deflagração da Operação Cupincha, no dia 28 de outubro.
De acordo com as informações, ele não possui curso superior e a tendência é de que cumpra a prisão preventiva no Centro de Ressocialização de Cuiabá, antigo presídio do Carumbé. Com a prisão dele, os três mandados de prisão decretados pelo juiz Jeferson Schneider estão cumpridos.
Além dele, já estavam presos o ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues da Silva, e o empresário Paulo Roberto de Souza Jamur. Nas investigações, Liandro aparece como “assistente” de Célio.
Oficialmente, é o proprietário da Ventura Prestadora de Serviços Médicos Hospitalares Ltda, que tem nome fantasia Hospmed Servicos Medicos e Hospitalares. Ela foi criada em maio de 2017 com sede em Cuiabá.
A empresa possui capital social de R$ 1,5 milhão. Não há registros de contratos da empresa com a Secretaria de Saúde da Capital. Contudo, ela possui ligações com empresas que detém contratos com o município.
Porém, Ventura seria na verdade um “assistente” do ex-secretário Célio Rodrigues. As investigações apontam que o “verdadeiro proprietário” da empresa é o ex-secretário de Saúde, Célio Rodrigues, e é usada para receber e ocultar o recebimento de recursos públicos.
Isso porque, o inquérito da PF aponta, entre outras coisas, que a Hospmed já funcionou numa casa num condomínio residencial no bairro Jardim Imperial que já pertenceu a Célio. Hoje, está localizada no mesmo endereço de empresas do mesmo segmento que possuem contratos com a prefeitura, tendo, inclusive, recebido vultuosos recursos delas.
À Liandro, além de fornecer seu nome para a empresa, cabe a função de auxiliar Célio Rodrigues, tanto no âmbito empresarial quanto no pessoal. “A autoridade policial, analisando os dados do aparelho celular apreendido com o investigado Célio Rodrigues Da Silva, encontrou indícios de que o investigado Liandro Ventura Da Silva é uma espécie de assistente de Célio Rodrigues Da Silva, em razão de receber diversas orientações e determinações, dentre elas, ordem para enviar recursos para Joany Costa de Deus pagar a folha de pagamento salarial; presta contas de despesas; acompanha o saldo de pontos no cartão de crédito e compra passagens para o casal viajar para o Rio de Janeiro/RJ; contrata empréstimo com a anuência de Célio Rodrigues da Silva”, diz trecho da decisão do juiz Jeferson Schneider, da 5ª Vara Federal de Mato Grosso.
O ex-foragido também é sócio da esposa de Célio Rodrigues na Cervejaria Cuyabana.