A situação fez com que o DAE tivesse que baixar as bombas quase no nível das pedras para não prejudicar o abastecimento de água na cidade.
Fumaça por toda parte, calor extremo e seca severa. O município de Várzea Grande enfrenta uma das maiores secas desde 1980, conforme levantamento exclusivo do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) ao site G1. No apontamento, todos os 142 municípios de Mato Grosso estão em situação de seca, que varia de seca extrema a moderada. O fenômeno ocorre não só em Mato Grosso, mas em outros 16 estados e no Distrito Federal.
Em Cuiabá e Várzea Grande, a última chuva caiu em 18 de abril. Até o dia 03 de setembro, já são 138 dias sem uma gota para aumentar os níveis dos rios e aumentar a umidade relativa do ar, que está a níveis de deserto de 10%. Abaixo de 30% já coloca a saúde das pessoas em risco. Conforme a Marinha do Brasil, o nível do Rio Cuiabá está com 0,92 centímetros nesta terça-feira (03), sendo que a média para o período é de 1,20 metro e o nível mínimo é de 0,88 centímetros.
A situação fez com que o Departamento de Águas e Esgoto (DAE) tivesse que baixar as bombas quase no nível das pedras para não prejudicar o abastecimento de água na cidade.
“Este ano está tendo uma seca terrível e o nível do Rio Cuiabá baixou muito. Nós descemos as bombas lá embaixo, quase barrando a pedra, para poder abastecer a cidade. Tudo isso implica no abastecimento de água. Ah, mas Cuiabá abastece também do Rio Cuiabá, só que Cuiabá também capta do Rio Coxipó, e esses dias também teve problema de abastecimento e é uma empresa terceirizada. Nós estamos fazendo todos os esforços necessários e investimentos para diminuir ainda mais a intermitência”, garantiu o prefeito de Várzea Grande e candidato à reeleição, Kalil Baracat (MDB).
Investimentos em água e esgoto – O prefeito Kalil Baracat destaca que resolver o abastecimento de água sempre foi prioridade da gestão. Ele foi o único prefeito que entregará três Estações de Tratamento de Água (ETA) em 4 anos de mandato. Já estão em funcionamento a ETA da Barra do Pari, ETA Cristo Rei e já está em testes a ETA da Imigrantes.
“Várzea Grande não é deserto que todo mundo pinta. Criou-se uma narrativa que não tem água e isso não é verdade. Existem problemas pontuais. Antes, Várzea Grande tinha 3 Estações de Tratamento de Água e hoje tem 6”, disse Kalil.
O prefeito diz que, apesar disso, ainda há desafios a serem feitos, mesmo sendo o prefeito que mais investiu em saneamento básico na história de Várzea Grande. Mesmo com a redução da intermitência, ele pretende que, no mínimo, a água chegue às casas dia sim, dia não.
“Nós temos protocolado no Ministério das Cidades o plano de trabalho de R$ 270 milhões. Nós vamos conseguir universalizar a água. Temos mais R$ 86 milhões para a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Santa Maria, que é um recurso de 2013, que a Caixa Econômica não aceitou reajustar esses valores e fizemos um aporte de R$ 15 milhões da Fonte 100 da Prefeitura, que vai atender 60 mil unidades habitacionais. Vamos dar um salto de 30% de esgotamento sanitário para mais de 60%”, explicou Kalil.
Por meio de um financiamento contraído pela Prefeitura de Várzea Grande, na ordem de R$ 30 milhões, Kalil pretende investir na recuperação, melhoramento da rede e na hidrometração para evitar os desperdícios.