Em vídeo, o ex-deputado José Riva, atualmente cumprindo pena, delata o desvio de R$ 43,5 milhões da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL) e revela a rota do crime pela qual o dinheiro saía dos cofres públicos e era repassado para parlamentares por meio de contratos fraudulentos.
O ex-parlamentar, hoje condenado pelas ações criminosas durante sua gestão à frente do Parlamento estadual, delatou os esquemas no mês de outubro de 2019. Porém, a gravação só veio à tona nesta semana. No vídeo, Riva cita nomes das pessoas envolvidas, detalha quais empresas participaram do esquema, quanto cada uma recebeu e explica como se deram as relações internas ano a ano.
Parte das informações apontadas pelo ex-deputado já haviam sido reveladas por meio da “Operação Imperador”, que desnudou os diversos esquemas vigentes na ALMT entre os anos de 2005 e 2009.
De acordo com Riva, as empresas envolvidas no esquema eram todas do grupo Nasarden, o qual era chefiado por Elias Nasarden. As instituições privadas firmaram contratos com a ALMT para fornecimento de materiais diversos de escritório e informática. Contudo, segundo a delação, apenas uma parte mínima dos produtos negociados eram efetivamente entregues, fazendo com que o dinheiro remanescente dos contratos – referentes à outra parcela dos bens não utilizados – servisse como propina.
Envolvidas no esquema, as empresas Real Comércio e Serviço Limitada, Servag Comércio, Representação e Serviço, Amplo Comércio, Representação e Serviço, Hexa Comércio e Serviços de Informática Limitada, Ivrotel Comércio e Representação Limitada e Serpel, movimentaram milhões ao longo dos cinco anos de ilicitudes e financiaram na votação de mesas diretoras, compra de votos, pagamento de mensalinhos e até mesmo compra da vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
No vídeo, Riva delata que a primeira empresa a firmar a parceria foi a Servag, que foi responsável pelo desvio de R$ 4,2 milhões. Depois, no ano de 2005, a Livropel, Hexa e a Amplo também aderiram ao esquema e desviaram R$ 12,4 milhões, R$ 15 milhões e R$ 4,7 milhões, respectivamente, até o ano de 2008. Por fim, a empresa Real também entrou no sistema no ano de 2009, tendo desviado R$ 6,9 milhões.