Os vereadores de Cuiabá decidiram, nesta quinta-feira (11) , abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar o prefeito afastado Emanuel Pinheiro (MDB). O objetivo é investigar a existência de uma organização criminosa que supostamente desviou milhões de reais da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá (SMS).
Depois de instalada, a CPI terá o prazo de 120 dias para investigar os supostos atos cometido por Emanuel no âmbito da SMS, como o uso da secretaria para fazer barganha política, conforme investigação do Ministério Público Estadual (MPE).
Já no início da sessão desta quinta-feira, o requerimento de pedido de abertura da CPI estava com 15 assinaturas, ao longo da sessão, outros três vereadores assinaram o documento. A maioria parlamentares que aderiram ao requerimento eram da base do prefeito afastado na Câmara.
“A atribuição da Câmara Municipal é fiscalizar o executivo, nós temos o interesse de extirpar e encontrar a raiz deste problema”, disse o vereador Marcos Paccola (Cidadania).
Em cinco anos, seis secretários estiveram à frente da SMS, três deles foram afastados pela Justiça, dois chegaram a ser presos.
Um deles foi o secretário Célio Rodrigues, acusado de direcionar licitações, compras e contratações, mesmo antes de assumir a Pasta. Contratos da Empresa Cuiabana de Saúde, juntos, somam R$ 100 milhões em volume financeiro.
De acordo com as investigações do Ministério Público, ele foi nomeado para ser secretário para continuar com as práticas do prefeito Emanuel Pinheiro na Saúde, mesmo sendo alvo de investigações.
Base tensa
Até os vereadores que foram da base de sustentação do prefeito Emanuel Pinheiro na Câmara, acreditam que pode ter havido ilegalidades na gestão da saúde. O Sargento Joelson (Solidariedade) argumentou que sempre colocou esse ponto nas discussões internas. “A gestão tem esse lado de obras que é muito bom, mas, por outro lado, tem um gargalo que é a saúde, por várias vezes nós o cobramos para que fosse feito um choque de gestão. Essa mudança não foi feita e ele está pagando o preço por isso”, destacou.
A vereadora Edna Sampaio (PT), que votou contra a abertura da Comissão Processante, também assinou o requerimento do pedido de abertura da CPI. Ela disse que o pedido anterior poderia ser derrubado pela Justiça e que CPI seria o instrumento mais correto. “Sou favorável que siga o rito legal e correto”, destacou.